CREMERJ em Revista Março / Abril - 2021

4 CREMERJ em Revista • Março / Abril | 2021 Saúde pública Há um ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a Covid-19 como pandemia. Deste então, a infecção já soma 13 milhões de casos confirmados e mais de 370 mil mortos no Brasil. O Rio de Janeiro está entre os estados com o pior cenário. Em abril ele atingiu a pior taxa de letalidade do país, com média móvel de 288 mortes por dia. No mesmo mês, o estado ultrapassou 712 mil casos e 42 mil mortes. O mapa de risco para o novo coronavírus, divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), indica que este é o pior momento da pandemia no Rio de Janeiro. Segundo a SES, no dia 22 de abril, 197 pessoas aguardavam vagas para internação em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) no estado do Rio de Janeiro. A taxa de ocupação chegava a 87,1%, enquanto de leitos de enfermaria era de 69,4%. Na cidade do Rio, 395 pessoas aguardavam por um leito. A ocupação das UTIs era de 94% e das enfermarias 86%. De acordo com o clínico geral e conselheiro do CREMERJ César Figueiredo Veiga, o perfil dos atuais doentes mudou em relação ao início da pandemia. Atualmente, os pacientes que têm necessitado de internação e intubação são mais jovens e sem comorbidade. “A alta de jovens infectados reflete a falta de cuidado. Desde o réveillon e o carnaval, o número vem aumentando e os jovens são os mais atingidos. Eles estão contaminando e passando para os mais velhos em casa. Não podemos tapar nossos olhos e não enxergar o que está acontecendo. É preciso lavar as mãos, usar álcool em gel, evitar as aglomerações e usar corretamente a Pandemia: Rio de Janeiro vive momento de crise máscara, pois a situação ainda é muito preocupante”, orientou. Oestado crítico se reflete tambémna falta de leitos. Em março, o Governo do Estado do Rio de Janeiro prometeu ampliar a oferta de leitos para pacientes com Covid-19. O governador em exercício Claudio Castro anunciouqueoestadopassaria a administrar 940 leitos para estes doentes, sendo 560 em hospitais federais, 200 vagas na rede estadual e 180 em hospitais particulares (contratados via chamamento público). No entanto, até o momento, 53,6% dos leitos prometidos foram entregues. Até a primeira quinzenadeabril, foramdisponibilizados 156 leitos na rede estadual e 128 na particular. “O déficit de leitos de terapia intensiva no estado é crônica, especialmente nos hospitais públicos. Com a pandemia ficou ainda mais evidente a precariedade. Se tivéssemos todos os leitos abertos, teríamos condições de atender esta alta demanda e não precisaríamos ter criado, no ano passado, os hospitais de campanha”, acrescentou César Figueiredo. Kit intubação em falta Para agravar ainda mais a situação, profissionais da saúde denunciaram a falta de medicamentos e sedativos para intubação na rede pública. Semamedicação, as equipes precisam encontrar alternativas, como remédios mais antigos e com mais efeitos colaterais. Relatos dão conta de que alguns pacientes internados com o novo coronavírus precisaram ser contidos nos leitos devido à falta de remédios sedativos. Em nota técnica, divulgada em março, o Conselho já alertava para o risco de falta de

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