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CREMERJ em Revista • Janeiro | 2020 9 muitos e variados. Vão desde a falta de recursos humanos ao déficit de ma- nutenção básica em equi- pamentos. Em pleno verão, a sala de pacientes do pós- -operatório no Hospital Es- tadual Getúlio Vargas, por exemplo, não tinha refrige- ração. Os pacientes chega- ram a levar ventiladores de casa, o que não é indicado por contribuir com a prolife- ração de bactérias. Os problemas não se concentram na rede pública municipal e estadual. Na fe- deral, o sucateamento é cla- ro, conforme aponta o dire- tor do CREMERJ. Em junho de 2019, o Departamento de Fiscalização (Defis) do Conselho interditou eti- camente a emergência do Hospital Federal do Andaraí pelo excesso de pacientes no serviço, com longo tem- po de permanência, excesso de pacientes graves e crôni- cos e falta de profissionais, de forma a colocar em risco potencial a vida de pacien- tes. Até hoje, as irregulari- dades não foram resolvidas. Já no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), a onco- logia está fechada, porque não há mais médicos. No Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro é o desabastecimento de in- sumos que preocupa. “A rede federal deixou chegar ao ponto de não ter mais oncologistas no HFB. Esse fechamento é gravíssimo, porque o SUS está deixan- do de atender quem ele já atendia. A questão, hoje, é que não estamos falando dos novos pacientes, mas de quem já estava em trata- mento. Atualmente, não se abre leito no Rio de Janeiro. A população do estado cres- ce, mas o número de leitos não. Só fecha”, explicou Fla- vio de Sá. Para o diretor do CRE- MERJ, um caminho para amenizar a crise na Saúde é reativar os postos de aten- dimento que já existem e ampliar a assistência com foco nas gravidades. “Mas, infelizmente, não há foco nem planejamento. E um exemplo é o HFB. Cerca de 2 mil pacientes faziam qui- mioterapia lá. Essa descon- tinuidade da assistência compromete a recuperação e ninguém se responsabiliza por isso”, completou. Também deve ser levado em consideração, segundo Flavio de Sá, que a rede não está preparada para atender nenhum tipo de epidemia, como costuma ocorrer no verão, com doenças como a dengue. “O ano começou com problemas na água e algumas pessoas tiveram episódios de gastroenterite. Tudo isso deve ser previsto, planejado. A população não pode ficar desassistida. De nossa parte, continuamos fazendo as fiscalizações, re- gistrando as denúncias e co- brando soluções das autori- dades, inclusive acionando o poder público Judiciário. É injustificável o que está acontecendo”, finalizou. A seguir, novidades na luta contra o Alzheimer      €‚ ƒ              €     €

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