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CREMERJ em Revista • Novembro | 2019 15 CREMERJ em Revista - Como ingressou no HFSE? Fábio Morínigo - Entrei como residente em clíni- ca médica em 5 de janeiro de 1961. Acabei ficando e crescendo lá dentro, exerci muitos cargos como a che- fia da Endocrinologia, chefia da Clínica Médica, chefia da Organização dos Transplan- tes do Rio de Janeiro, que começou nos Servidores. Fi- quei até maio de 2011. CR - Quando surgiu o in- teresse de escrever sobre o HFSE? FM - Logo que entrei lá. O hos- pital estava fazendo 15 anos. Achei estranho, pois não se falava ou sabia da história dele. Como sou muito curioso, decidi pes- quisar. Ele não nasceu pelo interesse do Governo, mas pelo dos funcionários pú- blicos. Foi uma luta liderada por Mário Kröeff. CR - Cada livro seu sobre o HFSE conta um fato dife- rente? FM - Sim. Todos surgiram de alguma história. Eles ser- vem justamente para regis- trá-las. Aqui no Brasil não temos muito essa cultura. CR - Sempre teve inte- resse pela vida de escritor? FM - Sempre gostei de histórias. Escrevi várias. Quando percebi que o hos- pital é um manancial de fatos pouco conhecidos, resolvi escrever sobre um pouco de tudo, administra- ção, especialidades, ativida- des médicas. Minha primei- ra publicação foi sobre os 50 anos do HFSE, em 1997. Fico muito satisfeito quando os vejo em refe- rências de trabalhos como mestrado e doutorado. CR - E o que acha que foi mais curioso na história do HFSE? FM - Primeiro, seu surgi- mento, depois sua organi- zação. Ele foi concomitante com o Hospital das Clínicas de São Paulo, que foi o pri- meiro hospital universitário integrado do Brasil. Ou seja, que tem todas as clínicas dentro. O HFSE também teve esse espírito. Foi o pri- meiro hospital público inte- grado, pois reúne todas as clínicas. Por isso, a Medicina assistencial e educacional se divide em duas fases: an- tes e depois dos Servidores. Após isso, todas as unidades pertencentes aos institutos de aposentadoria e pensões do setor público (Lagoa, Ipanema, Bonsucesso, Jaca- repaguá etc) passaram a ser integradas. CR - O que lhe marcou lá? FM - A campanha de saúde de fluoretação da água e a de doação de ór- gãos. Mas participei de muitas outras ações im- portantes que foram feitas no HFSE, e gosto disso. CR - Além das obras do hospital, tem mais alguma outra? FM - Eu participei da cria- ção de um livro sobre meu bairro, Cosme Velho. São muitas publicações e eu gosto de escrevê-las. CR - Ainda trabalha? FM - Não! Estou com 84 anos, tenho o direito de cur-

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