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4 CREMERJ em Revista • Outubro | 2019 Uma questão de salvar vidas O país foi surpreendido, em 12 de setembro, pela triste notícia do incêndio no Hospital Badim, na Zona Norte do Rio. A tragédia, que resultou em 15 mortes e dezenas de feridos, cha- mou a atenção para a im- portância da segurança para prevenir incidentes como este. Um levantamento do CREMERJ, feito também este mês, mostra que, des- de 2017, pelo menos, oito unidades de saúde no Es- tado passaram por perigos semelhantes. A Coordena- ção de Emergência Regio- nal (CER) Barra da Tijuca, anexa ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, foi um dos exemplos, no ano passado. Apesar de não contabilizar feridos graves, a repercus- são foi ampla, principal- mente por se tratar de uma referência para o município. Para o diretor do CRE- MERJ Flavio de Sá, todas as unidades de saúde – sejam elas construídas vertical ou horizontalmente – devem contar com um planeja- mento eficaz e eficiente de evacuação em casos de in- cêndios, que englobe o CTI e o centro cirúrgico. “Pode parecer um tanto óbvio, mas vemos que nem sempre um projeto de eva- cuação em situações de in- cêndio é priorizado. Há uma preocupação em isolar o CTI e o centro cirúrgico, por uma questão de controle de acesso, mas é fundamen- tal pensar no que fazer em casos de incêndio, princi- palmente com os pacientes que não podem se deslocar do leito”, destacou. Outra situação apontada por ele, que também impac- tam nestes casos, é a falta de recursos humanos den- tro das unidades de saúde. “Além de evitar sobrecarga de trabalho e fornecer um atendimento mais digno para a população, o número de profissionais faz diferen- ça até em casos de incêndio. Um auxiliar de enfermagem, por exemplo, deve tirar um leito com paciente do recin- to e não voltar para pegar outro. O ideal é ter um pro- fissional por leito, porque boa parte dos problemas, como a intoxicação, começa quando há o ‘vai e volta’ sem treinamento e equipamento adequados”, frisou. Sobre as unidades que sofreram com incêndios, o diretor ressaltou: “Tivemos uma tragédia no Badim. É triste ver o tamanho do es- trago, mas precisamos des- tacar os episódios de soli- dariedade. Muitas pessoas, inclusive médicos e demais profissionais de saúde, aju- daram no local ou recebe- ram os pacientes em diver- sos hospitais, na tentativa de atenuar a proporção do desastre. Do ponto de vista técnico, o CREMERJ acom- panha atentamente este caso, assim como os outros. É um dever nosso”. Flavio de Sá ainda escla- receu que as fiscalizações do CREMERJ avaliam a qua- lidade da prática do exercí- cio da medicina, conferindo, inclusive, as condições de trabalho em que os médicos atuam. Entretanto, não é da alçada do Conselho verificar questões de segurança con- No radar Incêndio no Badim chama a atenção para segurança contra incêndios nas unidades de saúde

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