Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 2 - número 3 - 2023

42 Vacinação no idoso Ronaldo Rozenbaum Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.2, n.3, p.38-60, jul-set 2023 incompatibilidade ( mismatch ) entre as ce- pas vacinais e as cepas circulantes. Omecanismo de drift antigênico resulta de mutações pontuais inseridas durante o processo de replicação, ocasionadas pela baixa fidelidade da enzima RNApolimerase. Esse processo permite a evolução antigênica viral pela seleção de novas variantes conten- do alterações de aminoácidos nas proteínas hemaglutinina e neuraminidase. (15) Vacina contra Influenza Atualmente, vários tipos de vacinas contra a gripe estão disponíveis: vacina inativada baseada em ovo, vacina inativada baseada em cultura de células, vacina ina- tivada recombinante e vacina de vírus vivo atenuado baseada em ovo ( spray nasal). A vacinação contra a gripe nos idosos é realizada em uma única dose anual. No Brasil, os idosos com 60 anos ou mais (nos EUA considera-se 65 anos ou mais) estão entre os grupos prioritários para vacinação juntamente com as gestantes, trabalhadores da saúde, povos indígenas, portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e ou- tras condições clínicas especiais, crianças entre 6 meses e 5 anos, entre outras. Em alguns países a vacina contra a gripe está indicada para todas as pessoas acima de 6 meses, incluindo crianças, adolescentes, adultos e idosos. No Hemisfério Sul, a vacinação ideal- mente deve iniciar durante os meses de março ou abril; já no Hemisfério Norte a vacina deve ser oferecida nos meses de setembro ou outubro. A vacinação deve con- tinuar durante toda a temporada, enquanto os vírus da gripe estiverem em circulação. As vacinas inativadas baseadas em ovo podem ser trivalentes ou tetravalentes, ambas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). As vacinas tri- valentes, até o presente momento, utilizadas no nosso Programa Nacional de Imuniza- ções (PNI) conferem proteção para os dois subtipos do vírus influenza A (H1N1 e o H3N2) e para uma única linhagem do vírus influenza B. Já as vacinas tetravalentes fornecem cobertura contra duas cepas do vírus influenza A (H1N1 e H3N2) e, também, contra duas linhagens das cepas do vírus influenza B (Victoria e Yamaga- ta); portanto são preferíveis em relação às vacinas trivalentes por proporcionarem maior proteção. Ademais, não é incomum a circulação de ambas as linhagens do vírus influenza B em uma mesma temporada. Os efeitos adversos mais frequentes ob- servados no local da aplicação são dor, ver- melhidão e endurecimento em 15% a 20% dos vacinados. Essas reações usualmente são leves e desaparecem em até 48 horas. Manifestações sistêmicas são mais raras, benignas e autolimitadas. Febre, mal-estar e dor muscular acometemmenos de 10%dos vacinados, de 6 a 12 horas após a vacina- ção, e persistem por 1 a 2 dias; geralmente ocorrem na primeira vez em que a vacina é administrada. Reações anafiláticas são extremamente raras. (16)

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