Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 2 - número 3 - 2023

44 Vacinação no idoso Ronaldo Rozenbaum Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.2, n.3, p.38-60, jul-set 2023 utilizando dose padrão da glicoproteína hemaglutinina (15µg), apresentam uma menor eficácia clínica. Nas pessoas com 65 anos oumais, estudo de metanálise (19) demonstrou que a utiliza- ção de vacinas contendo em sua formulação alta doses da glicoproteína hemaglutinina (60µg – high-dose ) para cada uma das ce- pas de influenza (A/H3N2, A/H1N1 e B) apresentou maior eficácia na prevenção de influenza quando comparada com as vaci- nas utilizando a dose padrão da hemagluti- nina (15µg – dose padrão). Houve também redução na mortalidade por pneumonia/ influenza (rVE- relative vaccine efficacy/ effectiveness = 39,9%, 95% CI: 18,6–55.6%) e por causas cardiorrespiratórias no gru- po que utilizou a formulação de alta dose (rVE = 27,7%, 95% CI: 13.2–32.0), quando comparada com a vacina utilizando a dose padrão do antígeno. O Comitê Consultivo sobre Práticas de Imunização dos EUA recomenda que os adultos com ≥65 anos recebam preferencial- mente as vacinas tetravalentes inativadas de alta dose ( high-dose ). Alguns efeitos colaterais foram relatados com mais fre- quência após a vacinação com a vacina de alta dose quando comparados com as vaci- nas inativadas com dose padrão. Os efeitos colaterais mais comuns experimentados durante os estudos clínicos foram leves e temporários e incluíram dor, vermelhidão no local da injeção, dor de cabeça, dores musculares e mal-estar; a maior parte deles se resolveu dentro de 3 dias após a vacinação. A intensidade dessas reações foi de leve a moderada. (20) Vacinas inativadas com adjuvante (MF59), contendo a dose padrão de 15µg de cada glicoproteína hemaglutinina por vírus, foram aprovadas pelo FDA nos EUA para uso em indivíduos com 65 anos ou mais de idade. Vacina inativada contra a gripe de cultura de células, vacina inativada recom- binante e vacina de vírus vivo atenuado à base de ovo, na dependência da indicação clínica e da disponibilidade, podem ser outras opções de vacinas contra a gripe. INFECÇÃO PNEUMOCÓCICA O Streptococcus pneumoniae (pneumo- coco) é uma bactéria associada a doença não invasiva (otite, sinusite, pneumonia não complicada) e invasiva; esta última caracterizada pela invasão do pneumococo em sítios normalmente estéreis, causando bacteremia, meningite ou pneumonia com- plicada (empiema pleural, bacteremia). A doença invasiva está associada a altas taxas de letalidade, acometendo principalmente os extremos das idades, crianças pequenas e idosos. (22) O pneumococo coloniza a nasofarin- ge da população humana e serve como reservatório e fonte para a transmissão entre os indivíduos. (23,24) A colonização é um pré-requisito para que ocorra a doença pneumocócica. O status de colonizado não significa que o indivíduo desenvolverá a doença

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