Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 2 - número 3 - 2023

62 Cintilografia de Perfusão Miocárdica: aplicações e avanços recentes Claudio Tinoco Mesquita et al. Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.2, n.3, p.61-79, jul-set 2023 baixa probabilidade pré-teste de DAC ou para avaliação da resposta clínica ao exer- cício. (4) Entre os exames de imagem mais empregados destacamos também o ecocar- diograma transtorácico, capaz de avaliar a motilidade segmentar do ventrículo esquer- do em repouso e sob estresse induzido por exercícios ou fármacos, visando evidenciar a presença e extensão da isquemia através de anormalidades de contração. (5) Também destacamos, entre os exames funcionais, a ressonância magnética cardiovascular que permite a avaliação da anatomia cardíaca e vascular, da função ventricular, da perfusão miocárdica e a caracterização tecidual de forma acurada, reprodutível, sendo capaz de fornecer todas essas informações juntas, em um único exame, porém a técnica re- quer equipamentos e expertise que não são disponíveis de modo amplo. A tomografia computadorizada cardíaca é uma técnica de imagem anatômica que oferece duas prin- cipais modalidades úteis para o diagnóstico da DAC: (1) escore de cálcio, que é muito útil para estratificação de risco cardiovas- cular em pessoas assintomáticas, por meio da detecção de aterosclerose subclínica e; (2) angiotomografia coronariana, onde se avalia a presença, extensão e severidade de obstruções coronarianas epicárdicas. (6,7) A principal vantagem da angio-TC é a detecção anatômica de lesões coronárias com alta sensibilidade; por outro lado, a especificidade é relativamente baixa quan- do na presença de artefatos decorrentes de grande calcificação coronária. (3,5) a Doença Arterial Coronariana (DAC), definida por IAM prévio, angina estável ou insuficiência cardíaca isquêmica, teve aumento na prevalência de 1,48 milhão para mais de 4 milhões de pessoas. Além disso, a DAC atingiu 171.246 mortes, correspon- dendo a 12% do total de mortes no país. (2) O diagnóstico precoce e preciso da DAC é fundamental para a definição de estra- tégias de manejo eficazes para redução da morbidade e mortalidade. Os exames não invasivos têm papel significativo no diagnóstico da DAC, assim como na estra- tificação de risco e na seleção de pacientes commaior probabilidade de benefício com a revascularização. O teste ergométrico (TE), por ter menor custo e ser de fácil realiza- ção e interpretação, é um dos exames mais utilizados para a identificação de isquemia miocárdica, e é baseado na monitoração por eletrocardiograma e em sinais clínicos como comportamento da pressão arterial e frequência cardíaca durante o exercício físico. No entanto, o TE pode ser limitado por diversos motivos, como a capacidade física do paciente, a presença de anorma- lidades no eletrocardiograma já presentes no repouso e mesmo o uso de medicamen- tos que afetem a frequência cardíaca ou o traçado eletrocardiográfico. (3) Nos últimos anos o uso de exames com imagem se tornou o padrão para detecção de DAC. Porém, o TE é ainda valioso, e apesar das limitações citadas e da acurácia menor que a dos métodos de imagem, tem sido re- servado para situações como pacientes com

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