Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 2 - número 2 - 2023

90 Uso tardio de fibrinolítico em empiema pleural em paciente pediátrico: relato de caso Annestella de Lima Pinto et al. Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.2, n.2, p.87-92, abr-jun 2023 A criança recebeu alta hospitalar eup- neica, sem desconforto respiratório e apre- sentando saturação de oxigênio, em ar am- biente, de 98%. O responsável pela criança recebeu o formulário de encaminhamento para fisioterapia respiratória e para o am- bulatório de pneumopediatria, a serem agendados pelo Programa de Saúde da Família de sua área de domicílio. Foi agen- dado retorno da paciente ao ambulatório da CIPE e da pediatria, para seguimento. A paciente encontra-se em acompanha- mento há 1mês, semevidências de novos epi- sódios de doença do trato respiratório e com excelente evolução radiológica (Figura 3). DISCUSSÃO Vários autores (1) citam alguns fatores de risco que podem estar associados à PAC complicada, porém a criança relatada não apresentava nenhum deles. Utilizamos, para o diagnóstico do DPP, a radiografia de tórax e a US de tórax . A TC de tórax foi utilizada para avaliar as complicações do DPP. Em concordância com as diretrizes clínicas da Sociedade Brasileira de Pediatria , para o diagnóstico por imagem das complicações da PAC, a US de tórax confirmou a presença do derrame pleural, previamente observado na radio- grafia de tórax, assim como quantificou o volume e orientou a toracostomia. (3) A TC de tórax realizada no décimo dia de internação comprovou extensa área sugestiva de debris, e orientou a indicação do fibrinolítico, devido ao seu eminente benefício na fase fibrinopurulenta do EP. Os fibrinolíticos têm a capacidade de romper as septações por meio da quebra dos polímeros de fibrina acumulados no LP, facilitando, assim, a sua drenagem pelo dreno torácico. Os fibrinolíticos dis- poníveis para utilização intrapleural são: estreptoquinase, uroquinase e alteplase (fator ativador do plasminogênio). (1-4) Em nosso serviço de Pediatria e CIPE, utili- zamos o protocolo com a alteplase intra- pleural (Figura 4). Alguns autores consideram como uso precoce do fibrinolítico quando este é ins- tilado no espaço intrapleural dentro dos 7 dias do início dos sintomas, e tardio após 7 dias. (5) O caso descrito foi considerado de uso tardio, no qual utilizamos um total de 2 doses, que foram administradas, pelo dreno de tórax, em dias consecutivos. Figura 3 Radiografia incidência antero-posterior

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