Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 2 - número 2 - 2023

CASO CLÍNICO | CASE REPORT 87 Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.2, n.2, p.87-92, abr-jun 2023 Uso tardio de fibrinolítico em empiema pleural em paciente pediátrico: relato de caso Late use of fibrinolytics in pleural empyema in a pediatric patient: case report Annestella de Lima Pinto¹ Daianne Maria Rodrigues Frota Prado¹ Bethânia Souza Duarte¹ Diego de Araújo Queiroz¹ Andréa Akemi Sato Haussmam 2 José Paulo Rocha Sampaio 3 Ricardo Vianna de Carvalho 4 Edmo Dutra Franco 5 Ana Paula Pereira Guerra Franco 6 1 Médica(o) Residente do Serviço de Pediatria do Hospital Municipal Souza Aguiar (RJ) 2 Chefe da Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do Hospital Municipal Souza Aguiar (RJ) 3 Médico Cirurgião do Serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital Municipal Souza Aguiar (RJ) 4 Doutor em Ciências Médicas pela UERJ e Médico Cirurgião do Serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital Municipal Souza Aguiar (RJ) 5 Chefe do Serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital Municipal Souza Aguiar (RJ) 6 Mestre em Ciências Médicas pela UFF e Médica-Rotina do Serviço de Pediatria do Hospital Municipal Souza Aguiar (RJ) Correspondência Ana Paula Pereira Guerra Franco Praça da República, 111 – Centro Rio de Janeiro – RJ CEP: 20211-350 E-mail: anapaulafranco90@yahoo.com.br INTRODUÇÃO A pneumonia adquirida na comunidade (PAC) complicada é uma infecção pulmonar que acomete qualquer faixa etária, sendo mais grave em menores de 5 anos. Desnutrição, baixo peso ao nascer, comorbidades, ausência de aleitamento materno, episódios prévios de sibilância, baixa idade, vacinação incompleta e infecções virais são fatores de risco para a PAC. ( ¹ , ² ) Os agentes etiológicos mais frequentes são os pneumococos, Staphylococcus aureus (sensíveis ou resistentes à meticilina) e Haemophylus influenza . (1) Dentre as complicações da PAC, temos o derrame pa- rapneumônico (DPP), o empiema pleural (EP), a pneumonia necrosante (PN), o abscesso pul- monar (AP) e a pneumatocele. O DPP constitui a principal complicação da PAC. Devido a essa relevância, a American Thoracic Society classificou a reação pleural como um processo infeccioso em três fases anatomopatológicas consecutivas: exsudativa (DPP com secreção fluida, sem septações e/ou loculações na ultrassonografia (US) de tórax, apresentando uma bioquímica de bom prognós- tico); fibrinopurulenta ou EP (DPP complicado, com presença de septações e/ou loculações e debris na US de tórax, apresentando bioquímica de mau prognóstico); e tardia (DPP commais de 2 semanas de evolução, apresentando atividade fibroblástica associada a espessamento pleural e encarceramento pulmonar). O diagnóstico da PAC é obtido através da radiografia de tórax, nas incidências antero- posteriores e em decúbito lateral (incidência de Hjelm-Laurell), que poderá diferenciar o derrame