Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 2 - número 2 - 2023

16 Doença do Refluxo Gastroesofágico Luiz J. Abrahão Junior Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.2, n.2, p.13-24, abr-jun 2023 Várias classificações endoscópicas fo- ram propostas para caracterizar a inten- sidade da esofagite por refluxo, sendo im- portantes para o planejamento terapêutico, como servindo também como linguagem universal em pesquisas de resposta tera- pêutica e prognóstico. Dentre as classificações propostas, a mais utilizada é a de Los Angeles (5) (Fi- gura 2). A classificação de Los Angeles não contempla as complicações de DRGE, que quando presentes devem ser descritas à parte, como, por exemplo, esofagite grau B + esôfago de Barrett (Figura 2). A esofagografia apresenta baixa sensi- bilidade e especificidade para o diagnóstico da DRGE, sendo utilizada, sobretudo, para detalhamento anatômico em pacientes com hérnias de hiato grandes ou complexas ou portadores de estenose de esôfago. (6) Também tem grande utilidade na ava- liação pré-operatória, permitindo melhor planejamento cirúrgico. A esofagomanometria, ou manometria de alta resolução, possui indicações limi- tadas nos pacientes portadores de DRGE, não sendo utilizada para fins de diagnóstico da DRGE. (7) Uma das grandes indicações é na locali- zação do esfíncter inferior para posiciona- mento do cateter de pHmetria, fornecendo também importantes informações prognós- ticas (pacientes com hipotensão acentuada do esfíncter inferior geralmente apresentam doença mais grave e de pior prognóstico) e na avaliação para cirurgia antirrefluxo (au- xilia no diagnóstico diferencial com outras doenças motoras do esôfago, como acalasia ou esofagopatia esclerodérmica, e na ava- liação da peristalse do corpo esofágico para prevenção da disfagia pós-operatória). (7) A pHmetria prolongada permite a iden- tificação de pacientes com exposição ácida normal ou anormal e estabelece se existe re- lação temporal entre os sintomas e os even- tos de refluxo ácido (índice de sintomas). A pHmetria prolongada é essencial para o diagnóstico de DRGE. Uma pHmetria normal com índice de sintomas positivo foi caracterizada pelo Consenso de Roma IV como hipersensibilidade esofágica a reflu- xo. Nos pacientes com pHmetria normal e índice de sintomas negativo, sem resposta aos antissecretores, o diagnóstico de pirose funcional se impõe. (8) Figura 2 Classificação de Los Angeles

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