Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 2 - número 2 - 2023

58 Heterogeneidade da Síndrome de Sjögren: Estado da arte para a prática clínica Mirhelen Mendes de Abreu Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.2, n.2, p.55-76, abr-jun 2023 desempenham um duplo papel na pato- gênese da SS, pois representam o alvo do processo da doença autoimune, mas também os gatilhos da ativação imune. Interessan- temente, inflamação local e produção de certas citocinas, tais como interferon gama (IFN- γ ) e fator de necrose tumoral alfa (TNF- α ) podem contribuir para a disfunção da glândula secretora observada na SS, rompendo a estrutura das células epiteliais. Por outro lado, o sistema imunológico adaptativo tem papel central no desenvol- vimento da SS. De fato, persistente ativação de células B e proliferação de células Th1 e Th17 contribuem para a progressão da doença. Finalmente, nos últimos anos, os pesquisadores se concentraram em avaliar o funcionamento de células epiteliais, que demonstraram ser fatores relevantes neste complexo cenário patogênico. Figura 1 Representação esquemática de um período pré-clínico longo e assintomático da síndrome de Sjögren, seguida por um diagnóstico comumente tardio. O seguimento a longo prazo com base em biomarcadores é escasso e o diagnóstico é tardio, dificultando o prognóstico. A facilidade de coleta, a reprodutibilidade e a proximidade com o órgão-alvo fazem da saliva um biofluido privilegiado para a descoberta de biomarcadores, com palpáveis implicações para a prática clínica relacionada à síndrome de Sjögren. Curso da doença especificamente relacionado com o paciente Linha do tempo Fatores ambientais Injúria tecidual Predisposição genética Autoimunidade patogênica Marcadores genômicos de risco Marcadores precoces e prognósticos Abertura da doença Biomarcadores para subclassificação e seguimento

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