Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 2 - número 2 - 2023

22 Doença do Refluxo Gastroesofágico Luiz J. Abrahão Junior Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.2, n.2, p.13-24, abr-jun 2023 Bloqueadores dos canais de potássio Uma nova classe de antissecretores, os PCABs ou bloqueadores dos canais de po- tássio, foi lançada no Brasil em 2021, sendo seu único representante a vonoprazana. Se destacam pela completa absorção mesmo quando administrados com alimentos, pelo rápido início de ação visto que são ingeridos como fármacos ativos; pela maior potência quando comparados a IBPs, pois atingem concentrações elevadas no interior das células parietais, estabelecendo sua ação mesmo em células inativas e ligando-se de forma reversível às bombas H+ / K+. Utilizam via alternativa de metabolismo ao nível do citocromo P450 (CYP3A4 em vez do CYP2C19) não estando sujeita à variabilidade de metabolismo ao nível dos citocromos (rápidos metabolizadores versus lentos metabolizadores). Em um estudo clínico que comparou vonoprazana na dose de 20mg uma vez ao dia com lanzoprazol 30mg uma vez ao dia demonstrou superioridade da vonopraza- na comparada ao IBP na cicatrização da esofagite erosiva, o que foi mais marcante nas esofagites mais graves (graus C e D de Los Angeles). (26,27) O tratamento cirúrgico está indicado nos pacientes comDRGE complicada (estenose, úlcera, Barrett, adenocarcinoma) e naqueles sem doença complicada que, por alguma razão (pessoal, intolerância, financeira), não podem dar continuidade ao tratamento medicamentoso (desde que tenham respon- dido satisfatoriamente ao tratamento clínico, inclusive os commanifestações atípicas cujo refluxo foi devidamente comprovado) ou em que o uso do IBP como tratamento de manu- tenção é exigido para o controle da doença, principalmente em menores de 40 anos. (28) REFERÊNCIAS 1. Moraes-Filho JP, Chinzon D, Eisig JN, et al. Prevalence of heartburn and gastroesophageal reflux disease in the urban Brazilian population. Arq Gastroenterol 2005;42(2):122-7, doi:S0004-28032005000200011[pii]/ S0004-28032005000200011 2. Vakil N, van Zanten SV, Kahrilas P, et al. The Montreal definition and classification of gastroesophageal reflux disease: a global evidence-based consensus. Am J Gastroenterol 2006;101(8):1900-20; quiz 1943, doi:AJG630 [pii]10.1111/j.1572-0241.2006.00630.x 3. Fletcher J, Wirz A, Young J, et al. Unbuffered highly acidic gastric juice exists at the gastroesophageal junction after a meal. Gastroenterology 2001;121(4):775-83, doi:10.1053/gast.2001.27997 4. Labenz J, Malfertheiner P. Treatment of uncomplicated reflux disease. World J Gastroenterol 2005;11(28):4291-9, doi:10.3748/wjg.v11.i28.4291 5. Lundell LR, Dent J, Bennett JR, et al. Endoscopic assessment of oesophagitis: clinical and functional correlates and further validation of the Los Angeles classification. Gut 1999;45(2):172-80, doi:10.1136/ gut.45.2.172 6. Saleh CM, Smout AJ, Bredenoord AJ. The diagnosis of gastro-esophageal reflux disease cannot be made with barium esophagograms. Neurogastroenterol Motil 2015;27(2):195-200, doi:10.1111/nmo.12457

RkJQdWJsaXNoZXIy ODA0MDU2