Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 2 - número 1 - 2023

36 Manejo das complicações gastroenterológicas no paciente diabético José Galvão-Alves e Bruna Cerbino de Souza Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.2, n.1, p.16-41, jan-mar 2023 exames de imagem constitui a melhor forma de avaliar o grau de fibrose hepática dos pacientes com DHGNA. Tratamento A terapêutica mais eficaz para a DHG- NA consiste em tratar a condição hepática simultaneamente às comorbidades metabó- licas associadas, como obesidade, dislipi- demia, resistência insulínica e DM2. Modificações no estilo de vida e redução do peso corporal Alterações na dieta e estilo de vida, aliadas à prática de atividade física regu- lar (200 minutos de atividade moderada por semana) e redução do peso corporal constituem pilares para o tratamento da DHGNA. Perda de peso equivalente a 3% a 5% se relaciona com a melhora da esteatose, enquanto perdas maiores, da ordem de 7% a 10%, beneficiam estados mais avançados, com melhoria da inflamação e do grau de fibrose. Vários estudos têm demonstrado que a modificação do estilo de vida pode reduzir os níveis das aminotransferases e melhorar a esteatose, comprovada por ultrassom (43-45) ou ressonância magnética. (46) Terapia farmacológica Agentes sensibilizadores de insu- lina: As duas principais classes em- pregadas no tratamento da DHGNA são as biguanidas (p.ex ., metformina) e as tiazolidonas (p.ex. , pioglitazona). Metformina aumenta a sensibilidade à in- sulina através do decréscimo da gliconeo- gênese hepática e redução na produção de triglicerídeos. Duas metanálises recentes mostraram que, apesar da redução na re- sistência insulínica e nos níveis de amino- transferases, a terapia commetformina não demonstrou qualquer melhora na histologia hepática, não sendo mais recomendada para o tratamento dos pacientes comDHGNA. (47,48) Pioglitazona atua promovendo um au- mento na sensibilidade hepática e perifé- rica à insulina, além de elevar os níveis de adiponectinas circulantes. Metanálise atual comprovou a melhora na sensibilidade à insulina, nos níveis de aminotransferases, esteatose, inflamação e balonização dos hepatócitos após tratamento com piogli- tazona (49) em pacientes com ou sem DM2, sendo, portanto, indicada para os casos de esteato-hepatite confirmados através de biópsia hepática. Vitamina E: Por seu efeito antioxidante, a vitamina E vem sendo estudada como te- rapia para a DHGNA, que tem no estresse oxidativo seu mecanismo de lesão celular e fator de progressão da doença. Seu consumo, na dose de 800 UI/dia, resultou emmelhora histológica, e por isso pode ser considerada medicação de primeira linha para o trata- mento da esteato-hepatite em adultos não diabéticos. No entanto, a vitamina E não é recomendada para o tratamento de esteatose hepática não alcoólica (EHNA) em diabéti- cos, esteatose hepática não confirmada por biópsia, cirrose criptogênica ou devido a

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