Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 2 - número 1 - 2023

59 Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.2, n.1, p.42-60, jan-mar 2023 Abordagem clínica nas lombalgias: uma revisão narrativa Mirhelen Mendes de Abreu REFERÊNCIAS 1. Kongsted A, Kent P, Axen I, Downie AS, Dunn KM. What have we learned from ten years of trajectory research in low back pain? BMC Musculoskelet Disord 2016; 17: 220. 2. Itz CJ, Geurts JW, van Kleef M, Nelemans P. Clinical course of non-specific low back pain: a systematic review of prospective cohort studies set in primary care. Eur J Pain 2013; 17: 5-15. 3. Melzack R, Casey K. Sensory, motivational, and central control determinants of pain. In: Kenshalo D, ed. The Skin Senses. Springfield, IL: Charles C Thomas, 1968: 423–43. 4. Lall MP, Restrepo E. The biopsychosocial model of low back pain and patient-centered outcomes following lumbar fusion. Orthop Nurs 2017; 36: 213-21. procedimentos devem geralmente ser exe- cutados em doentes que não responderam a medidas conservadoras, embora possam ter exceções razoáveis em alguns casos. Limitações Os principais desafios para esta revisão narrativa sobre lombalgia foram a natureza multifatorial da maioria dos casos (p. ex., dor facetogênica sobreposta, dor discogê- nica, e tensão muscular); as dificuldades inerentes em identificar os geradores de dor (p. ex., baixa especificidade da RM e a elevada taxa de falsos positivos e falsos negativos de blocos de diagnóstico sem padrões de referência fiáveis); e a elevada taxa de resposta para intervenções não cirúrgicas como medida de placebo e tera- pias integrativas que requerem múltiplas visitas aos centros de cuidado da dor. Por estes fatores, para se decidir o que constitui um verdadeiro tratamento de controle (p. ex., placebo), há que se considerar o custo e a ética envolvidos na realização de es- tudos controlados; como também a eficaz compreensão dos resultados dos ensaios clínicos para a aplicação na prática clínica. CONCLUSÕES Conclui-se que a prevalência de dor lombar crônica aumenta substancialmente com o envelhecimento da população e com os avanços tecnológicos, que conduzem a estilos de vida mais sedentários. Embora esta revisão se concentre em condições específicas e seus tratamentos, há uma sobreposição considerável entre os con- tribuintes para a dor lombar em termos de apresentação. Existe uma aceitação ge- neralizada do modelo biopsicossocial que enfatiza componentes multidimensionais e as diversas consequências da lombal- gia, que pode afetar negativamente todos os aspectos da vida. Este modelo enfatiza modificações do comportamento e do es- tilo de vida e os campos florescentes da genética e fenotipagem (ou seja, medicina de precisão), tema cuja discussão está fora do âmbito desta revisão. Embora a maioria das alternativas terapêuticas atualmente disponíveis para o controle da dor normal- mente abordem apenas causas únicas, dada a natureza complexa da dor lombar, uma abordagem multimodal e interdisciplinar é necessária.

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