Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 2 - número 1 - 2023

68 Neoplasias Císticas Benignas Olivia Barberi Luna Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.2, n.1, p.67-72, jan-mar 2023 A forma microcística é a mais comum (60% dos casos), composta por múltiplos pequenos cistos, com menos de 20mm, dando aspecto em “favo de mel” (Figuras 1 e 2). Possuem como sinal patognomôni- co a cicatriz central, que se caracteriza por uma cicatriz fibronodular densa, mas presente somente em 15% a 20% dos casos. (6,2,5) A forma macrocística é formada por compartimentos com mais de 20mm, o que a torna diagnóstico diferencial por imagem com os cistoadenomas mucinosos. Sendo assim, a punção ecoguiada passa a ter um papel mais importante para guiar o tratamento (Figuras 3 e 4). A forma mista caracteriza-se pela for- mação de micro e macrocistos na mesma lesão pancreática (Figura 5). A forma variante sólida se caracteriza pela coalescência de múltiplos microcistos, dando aspecto macroscópico semelhante à lesão sólida (Figuras 6 e 7). Dentre eles, as neoplasias císticas be- nignas são somente as neoplasias císticas serosas, os pseudocistos e linfangioma. 1. NEOPLASIA CÍSTICA SEROSA São neoplasias císticas encontradas co- mumente em mulheres acima de 60 anos (70% dos casos), e podem estar localizadas em qualquer segmento pancreático, com preferência no corpo e cauda do pâncreas. (6,2,7,8) Macroscopicamente são lesões únicas, medindo entre 1cm a 25cm. (9,8) A maioria dos pacientes é assintomática (61%), 27% referem dor abdominal inespecífica, 9% apresentam sintomas pancreatobiliares e 9%apresentam outros sintomas. (9) Embora a ressonância magnética seja frequentemente usada na caracterização das lesões císticas pancreáticas, a tomografia computadorizada permanece como a primeira linha de exame devido a sua facilidade de realização. (7) São classificadas em: microcísticos; ma- crocísticos; misto e variante sólida. (6,5) Figuras 1 e 2 Imagem ecoendoscópica da forma microcística da neoplasia serosa e resultado da punção ecoguiada.