Publicação científica trimestral do CREMERJ - número 4 - 2022

57 Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.4, p.55-73, out-dez 2022 Atualização em Câncer de Mama Maurício Magalhães Costa seus profissionais fazem individualmente. Não basta “ juntar competências”, tem que “coordenar competências”. Isso se faz geren- ciando processos e recursos tecnológicos. FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE MAMA Fator de risco é qualquer situação que aumente a probabilidade de ocorrência de uma doença ou agravo à saúde. Mulheres com fatores de risco para câncer de mama não necessariamente virão a ter câncer, assim como a ausência de fatores de risco não elimina o risco de tê-lo. Quanto mais fatores de risco um indivíduo possui, maio- res são as possibilidades de desenvolver determinada doença. Cerca de 70% das mulheres acometidas com câncer de mama não apresentam um fator de risco claramente identificável. Porém, quando comparamos mulheres com fatores de risco e mulheres sem fatores de risco, a incidência de câncer é claramente maior no primeiro grupo. (6) História familiar/fatores genéticos Ter um parente de primeiro grau com câncer de mama aumenta o risco de tê-lo em 1,8 vezes. Ter dois parentes de primeiro grau com câncer de mama aumenta o risco em 2,9 vezes. Se você tem um parente de primeiro grau com diagnóstico de câncer de mama antes dos 40 anos, então seu risco de também tê-lo antes dos 40 aumenta em 5,7 vezes. Entretanto, apesar destes dados, apenas 15% das mulheres com câncer de mama apresentam história familiar positiva. Os outros 85% dos casos ocorrem emmulheres sem história familiar. A história familiar também é importan- te na identificação de algumas mutações genéticas que favorecem o surgimento do câncer de mama. Quando vários familia- res apresentam a doença, provavelmente estamos lidando com uma família que pos- sui mutações germinativas. Mulheres com estes genes alterados apresentam 65% de risco de virem a ter câncer de mama até os 70 anos. Os genes BRCA1 e BRCA2 são responsáveis por algo em torno de 5% dos casos de câncer de mama. (7) Apesar de aproximadamente 10% a 30% de todos os casos de câncer de mama serem atribuídos a fatores hereditários, somente de 5% a 10% dos casos são corre- lacionados com um fator hereditário de alta penetrância (porcentagem de indivíduos com determinado genótipo que expressa o fenótipo correspondente), ao passo que somente uma pequena fração destes casos (4% a 5%) pode ser explicada por mutações em genes transmitidos de forma autossô- mica dominante. Mutações germinativas nos genes BRCA1 e BRCA2 são responsáveis por, aproximadamente, 50% do total do risco para o câncer de mama hereditário. As prevalências estimadas para portadores de mutações em BRCA1 e BRCA2 são, res- pectivamente, 0,11% e 0,12% na população

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