Publicação científica trimestral do CREMERJ - número 3 - 2022

45 Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.3, p.36-48, jul-set 2022 Bradiarritmias: do diagnóstico ao tratamento Luiz Eduardo Montenegro Camanho et al. 2.4. Bloqueio Atrioventricular 2:1 O BAV 2:1 não é exatamente uma sub- divisão dos BAVs de 2 o grau, mas apenas uma forma de apresentação, em que há duas ondas P para cada QRS (Figura 9). O BAV 2:1 é de ocorrência muito frequente, (24) não sendo possível diferenciar entre Mobitz I ou II, já que a sequência mínima necessária para tal é 3:2. Isto porque é necessário ob- servar dois intervalos PR antes do bloqueio, para que possa determinar variações ou não do PR. Independente do sítio, proximal ou distal, do bloqueio quando permanece fixo e sintomático, o tratamento é o implante do marcapasso definitivo. 2.5. Bloqueio Atrioventricular Total O BAV 3 o grau ou total se caracteriza pela falha total de condução do impulso elétrico atrial para o ventrículo, sendo uma importante causa de dissociação AV completa. Do ponto de vista eletrocardio- gráfico, a frequência atrial (geralmente, ritmo sinusal) é maior que a frequência ventricular (ritmo de escape ventricular) e o intervalo RR é fixo (Figura 10). Em cerca de 80% dos casos, o bloqueio é de natureza distal (intra ou infra-hissiano) e geralmente apresenta complexos QRS mais alargados e frequência cardíaca baixa. (25) O BAV total é o ritmo pré-implante de marcapasso definitivomais comumnoBrasil. O tratamento deve ser realizado com marcapasso provisório para estabilização do paciente seguido de programação de im- plante de marcapasso definitivo, pelo risco de assistolia, taquiarritmias ventriculares malignas e subsequente morte. Hipersensibilidade do seio carotídeo A hipersensibilidade do seio carotídeo (HSC) era anteriormente clasificada como Figura 9 Bloqueio AV avançado 4:1 durante gravação de Holter

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