Publicação científica trimestral do CREMERJ - número 3 - 2022

86 Doença associada à infecção pelo Clostridioides difficile . Atualização Nelson Gonçalves Pereira et al. Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.3, p.49-93, jul-set 2022 Quadro 9 Tratamento das formas recorrentes da DCd em crianças, de acordo com as referências 13, 16, 24, 42, 55 Primeira recorrência Tratar como no episódio inicial, de acordo com o Quadro 8 Segunda e demais recorrências 1- Recomenda-se não usar o metronidazol 2- Vancomicina no esquema pulsado e com retirada progressiva (opção 1) Vancomicina 40mg/kg/dia, VO, fracionada de 6/6 horas, máximo de 125mg por dose, durante 7 dias, seguida por Vancomicina, 10mg/kg/dose, VO, 3 vezes/dia, durante 7 dias, seguida de Vancomicina, 10mg/kg/dose, VO, 2 vezes/dia, durante 7 dias, seguida de Vancomicina, 10mg/kg/dose, VO, 1 vez/dia, durante 7 dias, seguida de Vancomicina, 10mg/kg/dose, VO, dias alternados, por 7 dias, seguida de Vancomicina, 10mg/kg/dose, VO, de 3/3 dias, durante 7 dias 3-Vancomicina no esquema pulsado e com retirada progressiva (opção 2) Vancomicina, 10mg/kg/dose, máximo de 125mg por dose, VO, de 6/6 horas, por 14 dias; em seguida Vancomicina na mesma dose e via, de 12/12 horas, durante 7 a 14 dias; em seguida vancomicina na mesma dose, 1 vez/dia, por 7 a 14 dias; em seguida vancomicina na mesma dose a cada 2 ou 3 dias, por 2 a 8 semanas 4- Vancomicina seguida da rifaximina ou da nitazoxanida Vancomicina, 10mg/kg/dose, VO, máximo de 125mg por dose, de 6/6 horas, durante 14 dias; em seguida rifaximina 400mg*, VO, de 8/8 horas, durante 14 dias, ou Vancomicina, 10mg/kg/dose, VO, máximo de 125mg por dose, de 6/6 horas, durante 14 dias; em seguida nitazoxanida, 100mg, VO, de 12/12 horas para crianças de 1 a 3 anos de idade; 200mg, de 12/12 horas para crianças de 4 a 11 anos; 500mg, de 12/12 horas para crianças maiores que 11 anos; todos os esquemas com a nitazoxanida são por VO e durante 10 dias * A dose citada refere-se a crianças com mais de 12 anos. As doses pediátricas da rifaximina não são bem estabelecidas na DCd. Veja o texto relacionado à rifaximina Colonização com Cd não toxinogênico Os Cd que não têm os genes respon- sáveis pela produção das toxinas não de- terminam doença e são encontrados em estudos de portadores assintomáticos. As cepas não toxinogênicas parecem ter efeito protetor contra a infecção das cepas que produzem toxinas, pois competem pelos nutrientes, pelos receptores nas células da mucosa intestinal e pelo espaço, em tese dificultando a infecção e as recaídas do Cd. Em 1987 houve a comunicação de dois casos de DCd que entraram em remissão após a ingestão oral de cepas não toxinogênicas. Este fato foi demonstrado em infecção de hamsters e porcos com cepas não toxino- gênicas protegendo contra as subsequentes infecções por cepas toxinogênicas.

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