Publicação científica trimestral do CREMERJ - número 2 - 2022

33 Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.2, p.7-48, abr-jun 2022 Bases racionais da antibioticoterapia nos pacientes idosos. Atualização Nelson Gonçalves Pereira et al. diminuem seus niveis séricos. Aumentam a toxicidade da digoxina. Interferem com o metabolismo da vitamina K, aumentam a ação de vários anticoagulantes, elevando o risco de sangramentos. Podem aumentar os efeitos hipoglicemiantes das sulfonilureias. O uso de diuréticos aumenta as alterações renais das tetraciclinas. A hepatite não é comum, como já acontece em outras faixas etárias. As tetraciclinas comumente causam reações alérgicas cruzadas entre si, incluin- do a tigeciclina. Registre-se ainda a possi- bilidade de antagonismo quando associadas às penicilinas e aos aminoglicosídeos. A tigeciclina é um derivado da minoci- clina. Apesar de se apresentar sob a forma injetável, os efeitos adversos mais descritos são da esfera gastrointestinal, incluindo náusea, vômitos, diarreia e dor abdominal. Em pacientes com insuficiência hepática (IH) deve ser evitada não só pelo aumento das transaminases que pode produzir, como também pela descrição, embora incomum, de hepatite ictérica, além de ter a sua dose ajustada em função da metabolização he- pática. Embora sangramentos sejam raros, pode alterar o coagulograma, com aumento da protrombina, da púrpura trombocitopê- nica trombótica (PTT) e trombocitopenia. Raramente são descritos casos de pancreati- te e deve-se considerar a hipótese em casos de intolerância digestiva mais pronunciada. Muitos autores fazem restrições também em idosos, para o seu uso em algumas in- fecções adquiridas em hospital, principal- mente a pneumonia, e em função de maior letalidade nos trabalhos comparativos, e por isto recomenda-se usá-la somente em situações em que não há melhores opções e, de preferência, não isoladamente. Possível reação alérgica cruzada com outras tetra- ciclinas. Apresenta os mesmos problemas já referidos com as tetraciclinas. Sulfamídicos. Trimetoprim + sulfametoxazol (SMZ + TMP) (54) O uso das sulfonamidas isoladamen- te nos dias atuais está restrito a poucas indicações; em geral dá-se preferência à associação SMZ + TMP. Os efeitos adversos são comuns e muito variados, ocorrendo em frequência semelhante tanto na ancialidade como em pacientes mais jovens, em geral entre 6% e 8% nos pacientes previamente hígidos e no outro extremo 25% a 50% em pacientes com AIDS. Os efeitos adversos mais comuns são os de intolerância digestiva e os de natureza alérgica. Náusea, vômitos, dor abdominal são os mais referidos, em geral discretos e não indicam a suspensão do medicamento. Quando intensos é importante lembrar que também nos idosos podem ocorrer casos de hepatite medicamentosa (com padrão colestático, hepatocelular, misto ou granulo- matoso) e pancreatite aguda, complicações que devem ser afastadas. Os efeitos alérgicos são cruzados dentro da família dos sulfamídicos antimicrobia- nos e em sua maioria de leve gravidade. Reações alérgicas graves e até fatais podem

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