Publicação científica trimestral do CREMERJ - número 2 - 2022

124 Fundamentos do diagnóstico e tratamento da gravidez molar Vanessa Campos et al. Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.2, p.113-130, abr-jun 2022 tornou a US per ou pós-operatória medida rotineira. Sistematizamos o emprego da vídeo-histeroscopia para esses casos, que se tem mostrado bastante benéfico. A histerectomia, com preservação dos ovários, pode ser considerada uma alter- nativa se a prole já estiver concluída, como ilustra a Figura 10. (29,30,72) A indução do abortamento e a histero- tomia não são recomendadas para esvazia- mento uterino. Esses métodos aumentam o risco de embolização trofoblástica, assim como o de progressão para NTG. (4,56) ACOMPANHAMENTO PÓS-TRATAMENTO DA GRAVIDEZ MOLAR Após o esvaziamento uterino inicia-se o seguimento pós-molar, cujo objetivo é monitorar a curva de hCG a fim de de- tectar evolução para NTG. Seu princípio fundamental é a dosagem sérica semanal de hCG até que se atinja três dosagens consecutivamente normais (valores infe- riores a 5 UI/L), alcançando-se assim a remissão da doença. Mais da metade das pacientes apresentarão regressão completa de hCG para valores dentro da normalidade após dois meses de esvaziamento molar. Posteriormente, as dosagens devem ser realizadas mensalmente por seis meses a fim de garantir a cura da MH. (1,4,6) A molécula de hCG é complexa e há inúmeros testes para sua dosagem, ainda que nenhum deles tenha sido feito especi- ficamente para o seguimento da DTG, mas tão-somente para o diagnóstico de gravidez. Para o seguimento pós-molar, recomenda-se o uso do quite DPC Immulite, pois é capaz de analisar todas as frações de hCG. Quando isto não for possível, deve-se dar preferência ao uso do mesmo quite a fim de evitar-se variações no método de leitura hormonal. Fundamental no seguimento pós-molar é contracepção sistemática a fim de evitar- -se gravidez pelo menos até seis meses após o seu nível de hCG ter retornado ao nível normal (valor de referência para não grávi- das), para garantir que qualquer plateau ou elevação dos níveis de hCG identifiquem a transformação maligna da mola hidatifor- me em NTG. Para se evitar tal condição, é importante saber quais os métodos contra- ceptivos são seguros para o uso sistemático durante o seguimento pós-molar, período de vigilância hormonal dos níveis de hCG. Para essas pacientes pode-se recomendar, Figura 10 Histerectomia de útero molar em paciente com prole definida e idade materna avançada.

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