Publicação científica trimestral do CREMERJ - número 2 - 2022

107 Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.2, p.101-112, abr-jun 2022 Cintilografia com leucócitos marcados para localização de infecção Claudio Tinoco Mesquita et al. As infeções pós-operatórias são situações de diagnóstico complexo, com a necessidade de punções de coleções líquidas para con- firmação. A utilização da cintilografia com leucócitos marcados auxilia na avaliação do potencial de uma coleção ser infecciosa e no melhor local para a punção. Em casos de localizações de difícil acesso a realização da cintilografia é muito útil, sendo também empregada no acompanhamento da resposta ao tratamento. Na Figura 3 ilustramos um caso de mediastinite após cirurgia cardíaca. Nas infecções abdominais a cintilografia com leucócitos marcados pode auxiliar em diversas condições, como nas coleções líqui- das pancreáticas, suspeitas de abscessos e mesmo casos de colecistite de difícil diag- nóstico. A técnica cintilográfica padrão para o diagnóstico de colecistite em pacientes com ultrassonografia não diagnóstica é a cintilografia das vias biliares, entretanto em casos em que o diagnóstico não está claro ou mesmo em que haja suspeição de outro foco como causa do processo infeccioso a cintilografia com leucócitos marcados tem se mostrado útil. (22) Na Figura 4 podemos observar o caso de um paciente com múl- tiplas comorbidades em que a suspeição de colecistite litiásica foi evidenciada pelo acúmulo de leucócitos na projeção das pa- redes da vesícula que foi confirmada no ato operatório. Figura 3 Paciente de 67 anos em pós-operatório de cirurgia de revascularização miocárdica, com suspeita de processo infeccioso. Cintilografia com leucócitos marcados. Realizadas imagens de corpo inteiro (A) e SPECT-CT (B) de regiões de interesse. As imagens cintilográficas revelam aumento da captação em topografia de mediastino anterior revelando processo infeccioso na região descrita.

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