Publicação científica trimestral do CREMERJ - número 2 - 2022
8 Bases racionais da antibioticoterapia nos pacientes idosos. Atualização Nelson Gonçalves Pereira et al. Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.2, p.7-48, abr-jun 2022 mulheres (51,3%) sobre os homens (48,7%). As estimativas do IBGE também mostram que todas as faixas etárias de idosos au- mentarão, mas este aumento será mais significativo nas faixas mais elevadas. Por exemplo, os indivíduos com 90 ou mais anos chegaram a 856.211 no final de 2021 e totalizarão 5.083.408 em 2060. Estes nú- meros são autoexplicativos e dão uma boa ideia da dimensão do tema. Espera-se que os nossos representantes levem estes nú- meros em consideração no planejamento de suas políticas públicas de saúde. Prescrever medicamentos para idosos é um ato médico que será cada vez mais requerido diante do aumento dessa popu- lação. Nos Estados Unidos, cerca de 1/3 das receitas médicas foi para pacientes idosos, quando estes ainda representavam cerca de 13% da população norte-americana. Os antibióticos estão entre os medicamentos mais usados na senectude, principalmente nos hospitais gerais (obviamente também nos geriátricos), asilos, casas de repouso e instituições semelhantes. A frequência é ainda maior nos idosos fragilizados e nas últimas semanas de vida. (3) Os idosos da população geral recebem em média anti- bióticos 1,1 vez ao ano, comparado a 0,88 em crianças e em adultos mais jovens. Em casas de repouso de idosos o índice de uso de antibióticos aumenta para 2,53 a 4,56 vezes ao ano por paciente, com uma média de 3 a 5 antibióticos ao ano por pessoa. Infelizmente, boa parte destas prescrições é inadequada na indicação, na posologia e 60 ou mais anos. Do ponto de vista clínico a definição deve levar em consideração não só a idade cronológica como também o estado de saúde de cada indivíduo. De acordo com a OMS, em 2015 exis- tiam 900 milhões de habitantes com 60 ou mais anos no mundo; estima-se que em 2050 este número passará para 2 bilhões de pessoas, aumentando de 12% para 22% da população idosa mundial. Cálculos da diretoria de pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Esta- tística (IBGE) (consulta feita pela Internet em 22/11/2021, às 8:00), disponíveis em sua homepage , mostram que a população brasi- leira no final de 2021 chegou a 213.317.639 habitantes, e continuará crescendo em um ritmo cada vez mais lento até 2047, quando totalizará 233.233.670 pessoas. A partir de 2048 começará a cair paulatinamente, de modo que em 2060 estará em 228.286.670 indivíduos. A população com 60 ou mais anos, entretanto, não vai parar de aumen- tar. No final de 2021 os idosos com 60 anos ou mais totalizaram 31.330.235 cidadãos (21.658.060 se for considerada a faixa de 65 ou mais anos). Crescerão em taxas ele- vadas chegando a 87.955.659 pessoas em 2060 (73.460.946 se o cálculo for para os que têm 65 ou mais anos), configurando um aumento acima de 427% se levarmos em consideração o Censo de 2010, em que a faixa geriátrica com 60 ou mais anos era de 20.590.779 habitantes. Constituirão mais de 38% da população total da futura época. Haverá uma preponderância de
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