Publicação científica trimestral do CREMERJ - número 2 - 2022

60 Fibrilação Atrial – diagnóstico, fisiopatologia e terapêutica Eduardo B. Saad e Charles Slater Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.2, p.49-62, abr-jun 2022 Figura 4 Oclusão percutânea do apêndice atrial esquerdo (AAE) com o dispositivo Amplatzer Cardiac Plug (ACP). Através de acesso transeptal ao átrio esquerdo (AE), o dispositivo é posicionado e liberado de forma a ocluir completamente o apêndice. aplicação de radiofrequência (RF) no tecido atrial (derrame pericárdico). As taxas de complicação grave em centros de grande experiência são menores que 0,5%. Oclusão do apêndice atrial esquerdo Em pacientes portadores de FA, com elevado risco tromboembólico e com con- traindicação ao uso de anticoagulantes, a oclusão do apêndice atrial esquerdo pode representar uma solução para “balancear” os riscos hemorrágicos e tromboembóli- cos elevados (Figura 4). O racional desta estratégia baseia-se no fato de que os fe- nômenos tromboembólicos em pacientes com FA decorrem da formação de trombo no átrio esquerdo (AE), sendo o apêndice atrial esquerdo a fonte de origem destes trombos em até 90% dos casos. (24) O primeiro estudo controlado com o oclusor Watchman foi o PROTECT-AF, (25) que envolveu 707 pacientes com FA não valvar e sem contraindicações para o uso de anticoagulação oral randomizados para uso do dispositivo (e suspensão da anticoagula- ção) ou para uso crônico da varfarina com INR alvo entre 2-3. Neste estudo, demons- trou-se a não inferioridade da intervenção percutânea, com redução de risco relativo de 38%, sugerindo que este tratamento pode ser uma alternativa à anticoagula- ção crônica. O risco de hemorragias foi

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