Publicação científica trimestral do CREMERJ - número 2 - 2022

57 Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.2, p.49-62, abr-jun 2022 Fibrilação Atrial – diagnóstico, fisiopatologia e terapêutica Eduardo B. Saad e Charles Slater O grande fator limitante da utilização deste fármaco é a taxa relativamente ele- vada de efeitos colaterais (cerca de 20% a 40%), que muitas vezes obriga a interrupção do seu uso. Recomenda-se a dosagem de manutenção de 200mg ou menos, visando minimizar a ocorrência de paraefeitos cli- nicamente significativos (Tabela 3). Manutenção do ritmo sinusal: Ablação por Cateter A partir da demonstração do papel fundamental de focos arritmogênicos nas veias pulmonares (VP) na fisiopatologia da iniciação dos episódios de FA 5 , técni- cas utilizando a ablação por cateter foram desenvolvidas e aperfeiçoadas visando a eliminação dos focos geradores da FA através da ablação circunferencial ao redor dos antros das VP (Figura 2), com índices de sucesso superiores quando comparados à terapêutica farmacológica. De acordo com o último consenso de especialistas, a indicação primária para ablação de FA por cateter é a presença de fibrilação atrial paroxística ou persistente sintomática, refratária ou intolerante a pelo menos um fármaco antiarrítmico da classe I ou III. A crescente segurança e eficácia do procedimento fez com que em algumas situações especiais 4 (atletas, jovens, co- rações normais), a ablação de FA possa ser considerada como terapia de primeira linha para tratamento. Tabela 3 Drogas antiarrítmicas DAA Dose de manutenção Taxa de Recorrência de FA Principais efeitos adversos Necessidade de suspensão do fármaco Incidência de efeitos Propafenona 450 a 900 mg/dia 63% IC, TV, flutter atrial com alta resposta ventricular 15%-20% 25%-30% Sotalol 160 a 320 mg/ dia 60% Torsades de pointes, IC, bradicardia, broncoespasmo 15% 25%-30% Amiodarona 200 a 400 mg/dia 40% QT, fotossensibilidade, toxicidade pulmonar e hepática, bradicardia, polineuropatia, disfunção tireoidiana 18%-35% 50% Dronedarona 800 mg/dia 64% Descompensação IC, insuficiência renal, toxicidade hepática, distúrbio gastrointestinal 11%-30% 39%

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