Publicação científica trimestral do CREMERJ

32 Tratamento do diabetes tipo 2: tendências atuais Alessandra Saldanha de Mattos Matheus Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.1, p.25-44, jan-mar 2022 hipoglicemias graves quando comparada com todas as outras sulfas mais moder- nas. (22) Encontra-se contraindicada para pacientes com alto RCV. 3) Metiglinidas Mecanismo de ação As chamadas glinidas (repaglinida e nateglinida) são secretagogos de in- sulina de ação muito mais curta do que as sulfonilureias, ligando-se a recepto- res específicos na célula beta, liberando imediatamente a insulina. Dessa forma, apresentam uma ação mais fisiológica e menor risco de hipoglicemia. (23) Pelo fato de serem de curta ação, apre- sentam a desvantagem na posologia em relação às sulfas de uso único diário, visto que necessitam ser administradas antes de cada refeição principal. Benefícios Apesar de mais caras do que as sulfas, as metiglinidas apresentam semelhan- te eficácia clínica no controle glicêmico quando comparado com o apresentado pelas sulfas. Constituem uma alternativa para pacientes que apresentam alergia a sulfonilureias. Efeitos adversos Apresentam risco de aumento de peso semelhante ao das sulfonilureias, mas pos- sivelmente temmenor risco de hipoglicemia. Cautelas A repaglinida pode ser usada com se- gurança em pacientes com IRC com TFG até 15mL/min sem necessidade de ajuste posológico, (7) no entanto a nateglinida deve ser suspensa se TFG < 45mL/min, por apresentar excreção exclusivamente renal. 4) Acarbose Mecanismo de ação Atua inibindo uma enzima que favo- rece a absorção intestinal de carboidratos (alfa-glicosidase), dessa forma reduzindo a glicemia pós-prandial. (24) Benefícios Apresenta efeito neutro sobre o peso sem causar hipoglicemia. Beneficia de forma modesta o controle glicêmico (7,13) (Tabela 2). Uma revisão sistemática da Cochrane (25) não mostrou evidência de seu efeito sobre mortalidade e morbidade cardiovascular no DM2. No entanto, no estudo STOP NIDDM mostrou redução de eventos cardiovascu- lares, no pré-diabetes. (26) Efeitos adversos A ocorrência de flatulência limita seu uso, assim como é contraindicada na IRC com TFG < 45mL/min, na doença intes- tinal inflamatória, na obstrução parcial intestinal e na insuficiência hepática grave. Deve ser titulada lentamente para reduzir a intolerância gastrointestinal.

RkJQdWJsaXNoZXIy ODA0MDU2