Publicação científica trimestral do CREMERJ

26 Tratamento do diabetes tipo 2: tendências atuais Alessandra Saldanha de Mattos Matheus Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.1, p.25-44, jan-mar 2022 esta não estiver contraindicada, (7) todos os pacientes com DM2 devem ser aborda- dos de forma individualizada, abrangendo aconselhamento nutricional, controle do peso corporal, inclusão de atividade física regular em sua rotina, assim como cessação do tabagismo. As principais recomendações nutri- cionais devem ser: evitar o consumo de industrializados e limitar o consumo de sacarose para uma quantidade inferior a 25g/dia, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS); (9) conhecer o índice glicêmico dos alimentos e dessa forma ser capaz de minimizar o impacto de determinados alimentos sobre a elevação da glicemia; limitar a ingestão proteica diária em pessoas com insuficiência renal crônica (IRC) para 0,8g/kg/dia e evitar o consumo frequente de grandes quantida- des de gorduras trans e saturadas; incluir gorduras boas como oleaginosas, sementes e vegetais, assim como aumentar o consumo de fibra alimentar (vegetais, frutas frescas e cereais integrais). (9) A atividade física deve ser encorajada a todo paciente com DM2, com base nas limitações físicas e contraindicações in- dividuais, numa frequência de pelo menos 150 minutos por semana de moderada intensidade. (9) A pessoas de meia-idade deve-se recomendadar incluir exercícios de coordenação motora, f lexibilidade e equilíbrio. O estudo LOOK AHEAD (10) que avaliou a intervenção intensiva no estilo de vida quando comparado com o mas também deve ser extrapolado para a prevenção primária e secundária da DCV, assim como para o controle dos fatores de risco associados, como obesidade e hiper- tensão arterial. (4) Apesar das recentes e robustas evidên- cias científicas comprovando o benefício dos fármacos mais novos sobre a prevenção da DCV no DM2, o processo terapêutico, na atenção primária, é extremamente comple- xo. As principais barreiras encontradas que podem dificultar o controle metabólico são: a inércia terapêutica (quando é postergado o ajuste posológico e/ou associação de fár- macos na vigência de inadequado controle metabólico), a complexidade no atendimen- to do paciente com multimorbidade e, em alguns casos, restrições de orçamento. (5) Dessa forma, a compreensão da comple- xidade desta doença e da diversidade de opções para seu tratamento é crucial para o alcance das metas e assistência adequada ao paciente com diabetes. O objetivo deste artigo de revisão é sintetizar a abordagem terapêutica in- dividualizada do paciente com DM2 com base nas diretrizes atuais brasileiras (6) e consensos internacionais (4,7,8) dos agentes farmacológicos disponíveis no mercado brasileiro, discutindo seus mecanismos de ação, benefícios e limitações. MUDANÇA NO ESTILO DE VIDA Como parte da terapia de primeira li- nha, em associação à metformina quando

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