Publicação científica trimestral do CREMERJ

15 Novas fronteiras no diagnóstico e no tratamento da hipertensão arterial Wille Oigman Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.1, p.9-24, jan-mar 2022 padrão e os paciente se beneficiam de um melhor controle da PA tanto com a perda de peso quanto do uso de CPAP (pressão positiva contínua das vias aéreas). Doença renal crônica (IRC) – A pre- valência de HA no paciente renal crônico é muito elevada. Contudo, deve-se chamar a atenção para o fato de que a HA e/ou diabetes mellitus isolados ou associados são as principais causas de insuficiência renal crônica. Em homens idosos o prosta- tismo (obstrução do trato urinário, infecção urinária) leva insidiosamente à perda da massa renal e consequente IRC. Aldosteronismo primário – Câimbras musculares, fraqueza muscular, alcalose hipopotassêmica e a atividade plasmática de renina muito baixa ou zero são os achados mais comuns. A princípio, a presença de um adenoma unilateral era considerada a lesão mais comum. Contudo, investi- gações mais recentes apontam para uma prevalência maior de hiperaldosteronismo, porém a etiologia frequente é a hiperplasia bilateral, que não se resolve com a cirur- gia. Na constatação de um adenoma, sua investigação funcional é muito laboriosa e, quase sempre, requer internação. Estenose de artéria renal – É mais frequente no idoso e de origem ateros- clerótica. Piora rápida da função renal, principalmente no uso de um agente que bloqueie o sistema renina, e hipertensão de difícil controle sugerem o diagnóstico. Con- tudo, muitos indivíduos podem apresentar doença aterosclerótica semHA. O emprego de ultrassom abdominal com doppler está sempre indicado e a presença de um rim de volume diminuído fortalece o diagnóstico. A arteriografia renal é o procedimento seguinte e raramente a estenose pode ser bilateral. Os resultados cirúrgicos não são muito animadores, são de alto custo, e a colocação de “stent” pode eventualmente levar a uma “chuva” de trombos após o seu implante, agravando a função deste rim. Por isso, há muitos especialistas que preconizam um tratamento exclusivamente medicamentoso. Diferente do idoso, em mulheres jovens com história recente de HA deve-se sus- peitar de hipertensão renovascular (HRV) e a lesão mais frequente é a displasia fibromuscular. Em geral, apresenta boa resposta a intervenções de revasculariza- ção ou à angioplastia e, mais raramente, à nefrectomia. Feocromocitoma – O comportamento da pressão arterial é de muita labilidade e paroxística, podendo em 50% dos casos se manter sustentada. Os sintomas mais frequentes são palpitação, palidez episódi- ca, sudorese, ansiedade, hiperglicemia de jejum e episódios de hipotensão postural (em geral esses indivíduos são hipovo- lêmicos). Dez por cento dos tumores são bilaterais, 10% são malignos, 10% com- põem síndromes familiares (neoplasias endócrinas múltiplas tipos MEN IIa e IIb), 10% podem se localizar em regiões extra-adrenais, 10% ocorrem em crianças. A ressonância magnética com gadolínio e

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