Publicação científica trimestral do CREMERJ

31 Tratamento do diabetes tipo 2: tendências atuais Alessandra Saldanha de Mattos Matheus Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.1, p.25-44, jan-mar 2022 Efeitos adversos Geralmente são bem tolerados, sendo a hipoglicemia o efeito mais indesejado assim como o ganho de peso. Também po- dem ocasionar uma degradação do pool de células beta mais precoce e progressão da falência pancreática secundária. (7) Outros efeitos adversos associados a seu uso são: pancitopenia, agranulocitose, hiponatremia (glimepirida), astenia e cefaleia. Principais cautelas Pacientes frágeis, com risco de apre- sentar hipoglicemia, devem evitá-las, as- sim como na presença de IRC. Com TFG < 60mL/min, a glibenclamida deve ser suspensa e a glimepirida ter sua dose reduzida até a TFG = 45mL/min, sendo suspensa abaixo deste valor. A gliclazida é a única que pode ser administrada sem necessidade de ajuste de dose até a TFG = 30mL/min, quando então deverá ser suspensa. Dessa forma, a gliclazida é preferível pela sua eficácia, segurança e meia-vi- da (7) e, de acordo com o estudo randomi- zado GUIDE, (21) apresentou menor risco de hipoglicemia quando comparada com a glimepirida, sendo esta considerada a segunda escolha pela comodidade poso- lógica (dose única diária). No entanto, a glibenclamida é em muitos países sub- desenvolvidos a única representante dis- ponível desta classe, mas está associada com maior mortalidade e maior risco de esteja entre 30 e 45mL/min, inicialmente, não deve ser prescrita. (9) Pelo possível risco de acidose láctica, encontra-se contraindicada na IRC com TFG < 30mL/min, IC classes funcionais III e IV, doença hepática e pulmonar graves. Também deve ser suspensa 48 horas antes da realização de exames contrastados. 2) Sulfonilureias Mecanismo de ação As sulfonilureias, ou simplesmente sul- fas (glibenclamida, gliclazida e glimepirida), são secretagogos de insulina que estimulam a secreção de insulina ligando-se a recepto- res específicos localizados nas células beta pancreáticas e apresentam grande eficácia em reduzir a hemoglobina glicada. As repre- sentantes desta classe mais recentes, como a gliclazida MR e a glimepirida, permitem uma comodidade posológica na adminis- tração em dose única, sendo consideradas uma opção de baixo custo e eficaz. Benefícios Nos estudos UKPDS e ADVANCE, fo- ram benefícios em relação microvasculares com as sulfas. (19) Em recente estudo (CARO- LINA) que comparou a glimepirida com a linagliptina, não houve diferença para IAM não fatal, AVC não fatal e DCV ao longo de seis anos, entre os grupos. No entanto, foram observados maior ganho de peso e mais eventos de hipoglicemia no grupo da glimepirida. (20)

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