Publicação científica trimestral do CREMERJ

34 Tratamento do diabetes tipo 2: tendências atuais Alessandra Saldanha de Mattos Matheus Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.1, p.25-44, jan-mar 2022 Benefícios Dados experimentais em animais apon- tam que estes medicamentos podem evitar a apoptose das células beta e, com o tempo, restaurar este pool de células. Atuam redu- zindo, principalmente, a glicemia pós-pran- dial, e apresentam o benefício de reduzirem o peso corporal e discretamente a pressão arterial. (32) Portanto, apresenta efeitos hi- potalâmicos e intestinais que interferem no controle do peso, como aumento da saciedade, diminuição do apetite e retardo do esvaziamento gástrico. (33) Efeitos colaterais Os mais comuns observados são: náusea, diarreia, vômitos, dor abdominal e aumento da incidência de colelitíase. (33) Cuidados Os análogos do GLP-1 são contraindi- cados em pacientes com história pessoal ou familiar de carcinoma medular da tireoide ou naqueles com síndrome de neoplasia endócrina múltipla tipo 2. (24) Para reduzir as náuseas, preconiza se iniciar com bai- xas doses e progredir com a titulação da dose, lentamente, mensal (semaglutida), semanal (dulaglutida) ou diário (lixise- natida ou liraglutida). a) Liraglutida Os resultados do estudo LEADER (Efeito da liraglutida e Ação no Diabe- tes: Avaliação dos Resultados sobre efeito Cardiovascular), ensaio clínico com 9.340 adultos com DM2 e alto RCV, demonstra- ram uma redução de 13% sobre o risco de eventos cardiovasculares maiores como morte cardiovascular, IAM e AVC não fa- tais no grupo em uso da liraglutida quando comparada com o placebo. (34) Numa análise secundária deste estudo em pacientes com a TFG < 60mL/min, seu uso foi associado à menor taxa de desenvolvimento e pro- gressão de desfechos renais e persistência de proteinúria quando comparada com o grupo placebo. (35) Em junho de 2019, obteve aprovação para faixa pediátrica (> 10 anos) comDM2, com base no estudo ELLIPSE. (36) b) Dulaglutida A dulaglutida foi aprovada pelo Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória americana, em setembro de 2014 como terapia adjuvante à dieta e a exercícios para melhorar o controle glicêmico no DM2 com base nos estudos AWARD. (37,38) Foi o primeiro análogo de GLP-1 com comodi- dade posológica de uso semanal. O estudo REWINDnão demonstrou superioridade da dulaglutida em reduzir eventos CV quando comparada com o placebo numa população de alto RCV (2,4 por 100 pessoas-ano no grupo da dulaglutida, contra 2,7 por 100 pessoas-ano no grupo do placebo). (39) c) Lixisenatida A lixisenatida foi aprovada pelo FDA em julho de 2016 no DM2 com base nos

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