Publicação científica trimestral do CREMERJ

16 Novas fronteiras no diagnóstico e no tratamento da hipertensão arterial Wille Oigman Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.1, p.9-24, jan-mar 2022 a tomografia são exames bastante precisos em localizar o tumor na adrenal e extra- -adrenal, mas caso negativos a cintigrafia com 131 I-metaiodobenzilguanidina (MIBG) é bastante sensível. CAUSAS SECUNDÁRIAS MENOS FREQUENTES Hipertireoidismo – Perda de peso, exoftalmia, palpitação, intolerância ao ca- lor. A hipertensão é do tipo predominante sistólico. Síndrome de Cushing – Obesidade central e gibosidade cervical, face em “lua- -cheia”, estrias abdominais purpúreas. É fundamental esclarecer se o quadro clínico se deve a uma hiperprodução de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) pela hipófise ou secundário a um tumor adrenal. Quase sempre requer internação, pois não é uma investigação muito simples. Coarctação da aorta – A constrição da aorta pode ocorrer em qualquer ponto do seu seguimento, porém o mais comum é imediatamente após a artéria subclávia es- querda. A HA ocorre apenas nos membros superiores, com praticamente ausência de pulsos nos membros inferiores. A radio- grafia de tórax é praticamente suficiente para o diagnóstico, evidenciando o sinal do 3 da dilatação da aorta acima e abaixo da constrição. Observa-se o entalhamento do bordo das costelas devido ao aumento da circulação colateral. O ecocardiograma com doppler corrobora o diagnóstico. INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL INICIAL (4-6) Hemograma – Deve-se observar a pre- sença de anemia da doença renal crônica e das situações primárias de aumento do hematócrito (síndrome Gaisbock). Glicose e hemoglobina glicada – É fundamental afastar a presença de diabetes mellitus , fator de risco agravante da HA. Creatinina sérica e taxa filtração glo- merular (TFG calculada) – A creatinina sérica é o principal indicador de função renal. Contudo, deve-se estar atento no sentido de que a creatinina somente começa a se elevar quando houver perda de 30% a 40% da massa funcional glomerular, por isso a necessidade em calcular a TFG. Ácido úrico – A artrite gotosa é sub- diagnosticada e pode ser agravada pelo uso intempestivo de tiazídico. Da mesma forma que o uso de substâncias que acidificam a urina (por exemplo, Vitamina C), podem facilitar a formação de cálculo renal. Potássio – A hipocalemia pode ser o único indicador para hiperaldosteronis- mo. Além disso a hipocalemia facilita o desenvolvimento de arritmias e prejudica o controle da glicemia. Lipidograma (Colesterol total, colesterol HDL, LDL e triglicerídeos) – Fatores de risco muito frequentes entre os hiperten- sos e já bem estabelecido o seu tratamento quando alterados. Urina – Alterações na sedimentoscopia e densidade urinária indicam disfunção

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