Publicação científica trimestral do CREMERJ

20 Novas fronteiras no diagnóstico e no tratamento da hipertensão arterial Wille Oigman Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.1, p.9-24, jan-mar 2022 RECOMENDAÇÕES NO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL (4-6) 1. Qual a meta ideal a ser atingida durante o tratamento anti-hipertensivo no adulto? ƒ Adultos comHA estágio 1, com risco de doença aterosclerótica cardiovascular (ASCVD) < 10% devem ser manejados com tratamento não farmacológico e reavaliados dentro de 3 a 6 meses. ƒ Hipertensos estágios 1 e 2 com risco CV baixo e moderado e HA estágio 3, meta PA < 140/90 mmHg. ƒ Hipertensos estágios 1 e 2 com risco CV alto, meta PA < 130/80 mmHg. ƒ Para hipertensos adultos com doença cardiovascular presente ou risco car- diovascular 10 anos ASCVD > 10%, recomendam-se PA < 130/80 mmHg. ƒ Hipertensos adultos que apresentarem PAS ou PAD, respectivamente 20/10 mmHg acima da meta, iniciar o trata- mento com dois medicamentos distintos. ƒ Para hipertensos adultos com hiper- tensão estágio 2 recomenda-se iniciar o tratamento com dois agentes de pri- meira linha diferentes, separados ou em combinação fixa. ƒ Para adultos estágio 3 de HA, deve-se fazer a avaliação e imediatamente co- meçar o tratamento medicamentoso. ƒ Considerar monoterapia para hiperten- sos estágio 1 (PAS < 150 mmHg) ou ido- sos > 80 anos ou pacientes fragilizados. 2. No adulto, os diversos fármacos anti- -hipertensivos diferem nos benefícios e malefícios? ƒ Para início de tratamento anti-hiperten- sivo deve-se escolher entre diuréticos tiazídicos e similares (clortalidona e indapamida), antagonistas de canais de cálcio (ACC), inibidores da enzima conversora (IECA) ou bloqueador/re- ceptor de angiotensina (BRA). 3. O uso simultâneo de IECA com BRA ou com inibidor de renina é potencialmente deletério e não recomendado para tra- tamento de hipertenso adulto. ESTUDOS QUE MUDARAM O TRATAMENTO DA HA VALUE – O estudo Valsartan Anti- hypertensive Long-term Use Evaluation (VALUE) comparou desfechos cardiovas- culares em 15,314 hipertensos com alto risco CV randomizados para tratamento baseado em valsartana ou anlodipino e seguidos por um tempo médio de 4,2 anos. (10) O desfecho primário composto não foi estaticamente diferente entre os grupos. Contudo, como a PAS foi desigual durante todo o estudo, e isso explicaria a diferença observada em um dos desfechos específi- cos, a incidência de infarto do miocárdio, observada em maior frequência no grupo valsartana. Esse dado reforça a necessidade primordial de se atingir sempre o mesmo

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