Publicação científica trimestral do CREMERJ

19 Novas fronteiras no diagnóstico e no tratamento da hipertensão arterial Wille Oigman Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.1, p.9-24, jan-mar 2022 número de novos fármacos principalmente com menos efeitos adversos. Mais recentemente, houve uma clas- sificação da HA de acordo com o nível pressórico considerando agora dois novos subgrupos: o considerado “novo” normal e o pré-hipertenso (ver Quadro 4). Na prática, a incorporação desses dois novos grupos recomenda a introdução de medidas tera- pêuticas não farmacológica para o grupo pré-hipertenso. As diretrizes para a HA tentam trazer uma ordenação no tratamento. Inicialmente surgiu o tratamento de ensaio de erros e acertos. Ou seja, após um período de 2 a 3 meses de tratamento emmonoterapia (diu- rético ou betabloqueador) caso a PA não estivesse controlada aumentava-se a dose, e na falha iniciava-se outra monoterapia seguindo os mesmos passos. Na verdade, era um processo longo e de baixa efetividade. As diretrizes seguintes tornaram mais abrangente o início do tratamento per- mitindo o uso de qualquer um dos cinco grupos farmacológicos considerados mais eficazes (Quadro 5). Mais ainda, ressaltam a importância da adoção de medidas não farmacológicas. As diretrizes mais recentes preconizam, para início de tratamento, a combinação de fármacos em doses baixas (Figura 1), principalmente para os hiper- tensos com alto risco cardiovascular. (9) Os vários ensaios clínicos, principalmente o estudo VALUE, demonstraram que quanto mais precoce o controle da PA menor a in- cidência de complicações cardiovasculares. Figura 1 Esquema preferencial de associações de medicamentos, de acordo com mecanismos de ação e sinergia. Diurético Combinações preferenciais Combinações não recomendadas Combinações possíveis Betabloqueador Outros agentes anti-hipertensivos Bloqueador receptor angiotensina Antagonista de canal de cálcio Inibidores de enzima conversora

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