Publicação científica trimestral do CREMERJ

14 Novas fronteiras no diagnóstico e no tratamento da hipertensão arterial Wille Oigman Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.1, p.9-24, jan-mar 2022 Uso habitual de drogas – Antiácidos com alto conteúdo de sal, cafeína, nicotina (fumo); anti-inflamatórios não esteroides; álcool; pílula anticoncepcional, ciclospori- na ou tacrolimus; descongestionantes com vasoconstritor, anoréticos; cocaína, anfe- taminas e outras drogas ilícitas, agentes neuropsiquiátricos; agentes estimulantes de eritropoiese, retirada súbita da clonidina. (8) Presença de comorbidades – Muitos hipertensos adultos apresentam outros fa- tores de risco cardiovascular modificáveis. Entre os mais frequentes, deve-se ressaltar obesidade, fumo, hipercolesterolemia, dia- betes, doença renal crônica e sedentarismo. EXAME FÍSICO A avaliação do “facies” pode revelar a suspeita da síndrome de Cushing, acro- megalia, hipo ou hipertireoidismo ou de anemia comum no renal crônico. O exame do coração pode, à palpação, de- tectar um aumento de área cardíaca causado pelo ventrículo esquerdo (VE), e à ausculta a presença de um galope protodiastólico (4ª bulha), que significa disfunção diastólica do VE, ou de um galope pré-sistólico (3ª bulha), que é a disfunção sistólica do VE. No abdome, a presença de manchas “café com leite” e neurofibromas é su- gestiva de feocromocitoma. A presença, à palpação, de massa lobulada é suspeita de rins policísticos; sopro sisto/diastólico nos flancos levanta a suspeita de estenose de artéria renal. Exames de pulsos arteriais – A pal- pação dos principais pulsos arteriais é essencial para a avaliação do grau de com- prometimento das grandes artérias. A aus- culta das carótidas pode levar à necessidade de uma profunda investigação através de métodos, a princípio, não invasivos, como ultrassonografia com doppler. É importante ressaltar que a US também revela presença de placas, além do espessamento da camada íntimo-medial. O exame do fundo de olho parece algo “fora de moda”, mas é a melhor maneira de avaliar o grau de comprometimento das arteríolas e o tempo de doença, além de fornecer informações essenciais caso haja diabetes mellitus associado. A constatação de edema de membros inferiores pode chamar a atenção para a presença de insuficiência cardíaca ou renal, além de ser comum no uso de antagonis- tas de canais de cálcio diidropiridínicos, principalmente anlodipino, que muitas das vezes não deverá ser descontinuado (ver tópico Adesão ao tratamento ). CAUSAS SECUNDÁRIAS MAIS FREQUENTES Apneia Obstrutiva do Sono – Hiper- sonolência diurna, hipertensão resistente, roncos, apneias prolongadas durante o sono. A obesidade abdominal está frequen- temente presente. A realização da MAPA evidencia a perda da queda noturna fisio- lógica da PA. A polissonografia é o exame

RkJQdWJsaXNoZXIy ODA0MDU2