Publicação científica trimestral do CREMERJ

38 Tratamento do diabetes tipo 2: tendências atuais Alessandra Saldanha de Mattos Matheus Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.1, p.25-44, jan-mar 2022 Quando as metas não forem alcançadas, após mais três meses de tratamento em terapia dupla ou tripla, o uso de insulina basal pode estar indicado, assim como na presença de IRC com TFG < 30mL/min, em qualquer momento. INSULINAS O uso de insulina no tratamento do DM2 deve ser recomendado quando na presença de combinações de terapia oral ou injetável (análogos do GLP-1) não forem suficientes para efetivamente controlar os níveis glicê- micos e alcançarem as metas terapêuticas. Uma opção atraente pode ser o uso dos análogos de insulina pré-misturados que poderão reduzir tanto a glicemia pré como pós-prandial. As insulinas análogas de longa ação são adequadas para controle da glicemia pré-prandial. A insulina detemir (usada em duas tomadas) apresenta a van- tagem de induzir menor ganho ponderal. (24) A insulina glargina concentrada (300 UI/ mL), é uma nova apresentação da insulina glargina (100 UI/mL). Os perfis farmaco- cinéticos e farmacodinâmicos da glargina 300 UI são mais estáveis e prolongados; sua duração de ação excede 24 horas e apresenta ummenor risco para hipoglicemia noturna. (61) O análogo de insulina de longa ação com ação mais prolongada, indicado tanto para o diabetes tipo 1 como no DM2, a insulina degludeca, teve sua aprovação combase nos resultados do estudo BEGIN (62) e demons- trou ser mais segura (menor taxa de eventos hipoglicêmicos noturnos) em pacientes de alto RCV no estudo DEVOTE quando com- parada com a insulina glargina. (63) COMBINAÇÕES FIXAS DE INSULINAS E ANÁLOGOS GLP-1 Essa opção terapêutica encontra-se in- dicada para pacientes em uso de antidia- béticos orais e/ou insulina basal ( bedtime ) que estejam fora da meta de controle gli- cêmico desejada, quando o ganho de peso (inevitável com o início da insulina) não é desejável. Em uma única apresentação de solução injetável, podemos administrar uma insulina análoga de longa ação associada combaixas doses de uma análoga do GLP-1. As apresentações compostas de lixisenatida + glargina (Soliqua ® ) e liraglutida + deglu- deca (Xultophy ® ) são os exemplos dessas combinações comercializadas no Brasil. Encontra-se indicada, principalmente, para pacientes com DM2 e obesidade que necessitamdo início de insulinoterapia basal, pois as principais vantagens são o menor ganho de peso na vigência do uso de insulina (menor dose a ser usada), com consequente menor risco de hipoglicemia, e a terapia ba- sal/bólus ser mais prática, podendo reduzir tanto a glicemia de jejumcomo a pós-prandial. PERSPECTIVAS FUTURAS Estudos estão em andamento com um inibidor duplo tanto do SGLT-1 como do SGLT-2, a sotagliflozina, que vem sendo estudada, inclusive para o diabetes tipo 1. (64)

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