REDE BÁSICA DE SAÚDE

medicações de uso tópico, anti-hipertensivos e hipoglicemiantes orais (alguns destes não são entregues em casa) nas prateleiras das US. Mesmo em relação aos medicamentos do Programa Remédio em Casa, houve falha na entrega superior a 01 (um) mês, em vários pontos da cidade no decorrer de 2005. Tem sido regular o fornecimento de medicamentos específicos para tuberculose, hanseníase e AIDS, sob responsabilidade do Ministério da Saúde (MS). Existe carência severa, em grande parte das unidades, de clínicos gerais, cardiologistas, infectologistas (programa de DST/HIV/AIDS, na maioria das AP, vem funcionando com profissionais em desvio de função atuando em caráter voluntário), neurologistas, psiquiatras, oftalmologistas, assistentes sociais, psicólogas, fonoaudiólogos, entre outros. A carência é mínima em relação a enfermeiros, dentistas e pediatras. Os profissionais da rede básica também desenvolvem atividades de ensino (sem gratificação ou qualquer mecanismo de reconhecimento por esta atividade) para acadêmicos de medicina, estagiários de odontologia, psicologia, saúde pública etc. Representam o maior quantitativo de participantes emcongressos de epidemiologia e saúde coletiva daAssociação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO) e contribuem para a produção do conhecimento com maior percentual de trabalhos sob forma de pôster ou comunicações coordenadas. Embora exista Central de Regulação para marcação de exames de média e de alta complexidade e para vagas em leitos hospitalares na SMS e em cada CAP, conforme exigência do Ministério da Saúde, nas 09 (nove) AP via de regra, não existe acesso a vagas para internações cirúrgicas e clínicas (especialmente para esta última), e em algumas áreas em que há hospitais universitários, muitas destas vagas são para agravos pouco freqüentes na população. Na maioria das vezes, vagas são conseguidas através das relações interpessoais. Algumas unidades não conseguem marcação de tomografia desde maio de 2005. Consultas especializadas muitas vezes conseguem ser agendadas, mas o tempo de espera é geralmente superior aomáximo possível, considerando a gravidade dos casos. Apopulação que adoece não quer saber de espera. Ador, o problema, o risco de morte são agora, não depois. O profissional da rede básica, muitas vezes, já diagnosticou, encaminhou e nada. Portanto, as emergências são as únicas portas verdadeiramente abertas do sistema (salve os hospitais Souza Aguiar, Miguel Couto, Lourenço Jorge etc). Com um poucomais de agilidade para realizar exames, significama “tábua de salvação” da população. Sendo as condições de vida produtoras de doença, a estratégia “Saúde da Família” poderá contribuir a médio e longo prazo, mas de forma alguma eliminará morbidades endêmicas decorrentes da pobreza, habitação e alimentação inadequada e da falta de investimento em saneamento, e a rede básica continuará sendo necessária para resolução de agravos diagnosticados precocemente. As unidades pré-hospitalares contribuirão (moldes dos antigos postos de urgência - PU, do extinto INAMPS), mas sem a rede básica funcionando adequadamente, certamente a superlotação se transferirá para outro ponto do sistema e casos com maior gravidade correrão o risco de ficarem retidos em um nível do sistema, cuja complexidade será inadequada para a resolução de determinados problemas. REDE BÁSICA COM COBERTURA ADEQUADA E FUNCIONANDO COM GARANTIADE QUALIDADE, NÃO ÉAPENAS NECESSÁRIA, É IMPRESCINDÍVEL PARAOSUCESSODOSISTEMAÚNICODE SAÚDE.

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