BIOÉTICA E MEDICINA

posso ajudar?” ou “O que está sentindo?”. Por que teriam que estar preocupados com a assinatura dos documentos dos convênios, muitas vezes em momentos e lugares inadequados, antes de concentrarem-se exclusivamente no atomédico? Nummomento de avanço tecnológico na medicina - importante e necessário - e diante de todas essas mudanças, não se pode perder a integridade, a postura, a humildade, a sensibilidade e sobretudo o carinho e o respeito pela vida do paciente. Se cada médico se colocasse no lugar do paciente o trataria como gostaria de ser tratado; e comos colegas, o trato seriamais fraternal. Se omédico é umhomemeducado e culto, não temnecessidade de falar e agir grosseiramente. Pode e deve concentrar-se no ato médico, porque é capaz de fazê-lo e deve tratar seus pacientes da mesma maneira. Não porque tem que “fazer uma social” mas porque está preocupado e se interessa pela sua saúde e bemestar. Talvez se existisse nas Faculdades de Medicina o curso regular de ética médica, pudéssemos reforçar o que foi dito anteriormente e sentir mais profundamente nosso juramento. Lembrando que não temos por que nos sentir donos dos conhecimentos adquiridos, já que tudo o que sabemos nos foi transmitido por outros e teremos que fazê-lo também com os que nos seguem; devemos sentir orgulho, sim, pelo esforço e pela conquista da profissão. Dissemos que o médico deve ser um homem especial, que deve tratar e ser tratado com respeito e dignidade. Mas respeito não se impõe, se ganha, e não basta conhecer a ética; é preciso vivê-la. Mas também essa sociedade precisa mudar, precisa ver o médico, não como um semideus, e sim como um ser humano que só deseja o bemdela. Precisa fazer com que o médico tire da pasta esses documentos que foi obrigado a colocar por essa mesma sociedade e, colocar novamente o tensiômetro e o estetoscópio. Essa mesma sociedade precisa dar as condições de segurança, decência, confiança e tranqüilidade, para poder receber em troca todos os conhecimentos e a dedicação domédico que vive e trabalha eticamente. 97

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