BIOÉTICA E MEDICINA

Um retrato da bioética no Brasil * Arnaldo Pineschi Conselheiro e Coordenador da Comissão de Bioética do CREMERJ. José Luiz Telles de Almeida Membro da Comissão de Bioética do CREMERJ e Secretário Geral da Sociedade de Bioética do Rio de Janeiro. O avanço da tecno-ciência proporciona à humanidade quebras de paradigmas e reavaliações de valores. Tem seu lado benéfico, mas também gera problemas e contradições. A análise da aplicabilidade dos resultados desse avanço tecno- científico, no cotidiano da sociedade, faz com que a bioética seja hoje entendida também como ummovimento social e cultural, buscando caminhos que orientem essa sociedade no reconhecimento do que é melhor dentro de uma contextualização, em que se procura as respostas morais adequadas aos problemas do indivíduo e do país. Dentro de uma realidade brasileira, vemos a Bioética envolver-se em duas vertentes bem distintas: de um lado as situações emergentes (limites do conhecimento) e de outro as situações persistentes (desigualdades sociais X eqüidade). O neologismo bioética foi criado pelo médico oncologista Van Rensselaer Potter, da Universidade de Wiscosin, em artigo publicado em 1970, intitulado “Bioethics: bridge to the future”. A partir daí, o interesse pela área vem assumindo contornos inéditos em todo o mundo. Tal fenômeno é reflexo das exigências contemporâneas de estudos, cada vez mais profundos, sobre a problemática moral e ética das ações humanas na área das ciências da vida e dos cuidados da saúde. A bioética surgiu no Brasil, no início da década de 90, em eventos isolados com repercussões positivas. Em 1993, o Conselho Federal de Medicina criou a revista Bioética e conseguiu sua indexação em 1998 (LILACS). Em 1995, foi fundada a Sociedade Brasileira de Bioética, atualmente associada à FELAIBE (Federação 75

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