BIOÉTICA E MEDICINA

A bioética e o idoso * Arnaldo Pineschi Conselheiro e Coordenador da Comissão de Bioética do CREMERJ. O envelhecimento, a velhice e o idoso são um processo, uma situação e um ator que, esse ano, estão a merecer um acentuado destaque, tanto na mídia como nas ações de diversas instituições, públicas e privadas. É um ano dedicado ao idoso, procurando mostrá-lo de uma maneira holística, valorizando suas características, respeitando seus medos, entendendo suas doenças, suas carências, seus objetivos e seus limiares. Há que se procurar abolir ou diminuir os preconceitos existentes em relação ao idoso, procurando entender o que é o envelhecimento e as limitações por ele impostas, que culminam com uma dependência que, não raramente, afetam a auto-estima por vários motivos mas, principalmente, por interferirem com sua autonomia e privacidade. A velhice dá a sabedoria necessária e suficiente para que o idoso saiba escolher omelhor para si em cadamomento de sua vida. Citando um autor, José Mário Tupiná Machado, em artigo intitulado Bioética em Geriatria, graças à felicidade do texto, reproduzimos parte que exprime como devem ser encarados o idoso e o envelhecimento: “... Os medos e os preconceitos em ralação à velhice estão muito mais ligados às doenças típicas da mesma do que a ela própria. Em vez de se evitá-la, o coerente seria vislumbrar e investir num envelhecimento bem sucedido. Agrande vitória da vida está em se experimentar todas as fases da mesma, usufruindo todos os prazeres que cada uma delas pode oferecer. Envelhecer sim, porém com o máximo de autonomia, dignidade e no seio da família. Para isso, deve-se manter um investimento em longo prazo. Este deve ser feito de forma preventiva, desde a fase intra-uterina até a velhice passando por todas as fases intermediárias”. É claro hoje que existe a necessidade da hierarquização dos problemas e das soluções que se apresentam para que não se perca a coerência na assistência ao idoso: deve ser sempre lembrado que, à medida que o envelhecimento progride, o 89

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