DENGUE: DIAGNÓSTICO E MANEJO CLÍNICO: ADULTO E CRIANÇA

Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança Secretaria de Vigilância em Saúde / MS 9 Tabela 1 – Avaliação hemodinâmica: sequência de alterações hemodinâmicas Parâmetros Choque ausente Choque compensado (fase inicial) Choque com hipotensão (fase tardia) Frequência cardíaca Normal Taquicardia Taquicardia intensa, com bradicardia no choque tardio Extremidades Temperatura normal e rosadas Distais, frias frias, úmidas, pálidas ou cianóticas Intensidade do pulso periférico Pulso forte Pulso fraco e filiforme Tênue ou ausente Enchimento capilar Normal (<2 segundos) Prolongado (>2 segundos) Muito prolongado, pele mosqueada Pressão arterial Normal para a idade e pressão de pulso normal para a idade Redução de pressão do pulso ( <= 20 mm Hg) Hipotensão (ver a seguir). Pressão de pulso <10 mm Hg. Pressão arterial não detectável Ritmo respiratório Normal para a idade Taquipneia Acidose metabólica, hiperpneia ou respiração de Kussmaul Diureses Normal 1,5 a 4 ml/kg/h Oliguria < 1,5 ml/kg/h Oliguria persistente. < 1,5 ml/kg/h Fonte: Opas. Dengue – Guías de Atención para Enfermos em la Región de las Américas. La Paz, Bolívia, 2010. Considera-se hipotensão : pressão arterial sistólica menor que 90 mmHg ou pressão arterial média < de 70 mmHg em adultos, ou uma diminuição da pressão arterial sistólica maior que 40 mmHg ou menor que 2 desvio-padrão abaixo do intervalo normal para idade. Pressão de pulso <= 20 mm Hg. Em adulto é muito significativa a diminuição da PAM associada a taquicardia. Em crianças ver Anexo B. O choque na dengue é de rápida instalação e tem curta duração. Podendo levar o paciente ao óbito em um intervalo de 12 a 24 horas ou a sua recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada. O choque prolongado e a consequente hipoperfusão de órgãos resulta no comprometimento progressivo destes, bem como em acidose metabólica e coagulação intravascular disseminada. Isso, por sua vez, pode levar a hemorragias graves, causando diminuição de hematócrito agravando ainda mais o choque. Podem ocorrer alterações cardíacas graves (insuficiência cardíaca e miocar- dite), manifestando-se com redução de fração de ejeção e choque cardiogênico. Síndrome da angústia respiratória, pneumonites e sobrecargas de volume po- dem ser a causa do desconforto respiratório.

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