DOENÇAS INFECIOSAS E PARASITÁRIAS – GUIA DE BOLSO

Secretaria de Vigilância em Saúde / MS 285 L EPTOSPIROSE taxonômica básica é o sorovar (sorotipo). Mais de 200 sorovares já fo- ram identificados, e cada um tem o seu hospedeiro preferencial, ainda que uma espécie animal possa albergar um ou mais sorovares. Reservatório - Os animais sinantrópicos domésticos e selvagens são os reservatórios essenciais para a persistência dos focos da infecção. Os seres humanos são apenas hospedeiros acidentais e terminais den- tro da cadeia de transmissão. O principal reservatório é constituído pelos roedores sinantrópicos das espécies Rattus norvegicus (ratazana ou rato-de-esgoto), Rattus rattus (rato de telhado ou rato preto) e Mus musculus (camundongo ou catita). O R. norvegicus é o principal por- tador do sorovar Icterohaemorraghiae, um dos mais patogênicos para o homem. Outros reservatórios de importância são: caninos, suínos, bovinos, equinos, ovinos e caprinos. Modo de transmissão - A infecção humana resulta da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados. A penetração do mi- crorganismo ocorre através da pele com presença de lesões, da pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada ou através de mucosas.O elo hídrico é importante na transmissão da doença ao homem. Raramente a transmissão ocorre pelo contato direto com san- gue, tecidos e órgãos de animais infectados, transmissão acidental em laboratórios e ingestão de água ou alimentos contaminados. A trans- missão entre humanos é muito rara e de pouca relevância epidemio- lógica, podendo ocorrer pelo contato com urina, sangue, secreções e tecidos de pessoas infectadas. Período de incubação - De 1 a 30 dias (em média, de 5 e 14 dias). Período de transmissibilidade - Os animais infectados podem eliminar a leptospira através da urina durante meses, anos ou por toda a vida, segundo a espécie animal e o sorovar envolvido. Complicações - Os pacientes podem apresentar comprometimen- to pulmonar, caracterizado por tosse seca, dispneia, expectoração he- moptóica e, ocasionalmente, dor torácica e cianose. A hemoptise franca denota extrema gravidade e pode ocorrer de forma súbita, levando a insuficiência respiratória – síndrome da hemorragia pulmonar aguda e síndrome da angústia espiratória aguda (SARA) – e óbito. Os médicos devem manter uma suspeição para a forma pulmonar grave em pacien- tes que apresentem febre e sinais de insuficiência respiratória, indepen- dentemente da presença de hemoptise. Pode ocorrer síndrome da an- gústia respiratória aguda na ausência de sangramento pulmonar. Alem disso, outros tipos de diátese hemorrágica, frequentemente em associa- ção com trombocitopenia. Os fenômenos hemorrágicos podem ocorrer

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