DOENÇAS INFECIOSAS E PARASITÁRIAS – GUIA DE BOLSO

Secretaria de Vigilância em Saúde / MS 126 Criptococose CID 10: B45 A SPECTOS C LÍNICOS E E PIDEMIOLÓGICOS Descrição - Infecção fúngica que apresenta duas formas: cutânea e sistêmica. A forma cutânea aparece em 10% a 15% dos casos (na maio- ria das vezes, precede a doença sistêmica) e é caracterizada por ma- nifestações de lesões acneiformes, rash cutâneo, ulcerações ou massas subcutâneas que simulam tumores. A forma sistêmica, frequentemen- te, aparece como uma meningite subaguda ou crônica, caracterizada por febre, fraqueza, dor no peito, rigidez de nuca, dor de cabeça, náu- sea e vômito, sudorese noturna, confusão mental e alterações de visão. Pode haver comprometimento ocular, pulmonar, ósseo e, às vezes, da próstata. Sinonímia - Torulose, blastomicose europeia. Agente etiológico - Um fungo, o Cryptococcus neoformans, nas va- riedades neoformans (sorotipo A e D) e gatti (sorotipo B e C). O C. neoformans, variação neoformans sorotipo A, é responsável por mais de 90% das infecções nos pacientes com aids no Brasil, enquanto a varie- dade gatti acomete, principalmente, indivíduos sem imunossupressão aparente. Reservatório - Fungo saprófita que vive no solo, em frutas secas e ce- reais e nas árvores; é isolado nos excrementos de aves, principalmente pombos. Modo de incubação - Desconhecido. O comprometimento pulmo- nar pode anteceder, em anos, ao acometimento cerebral. Período de transmissibilidade - Não há transmissão homem a homem, nem de animais ao homem. Complicações - O fungo pode viver como saprófita na árvo- re brônquica, podendo expressar-se clinicamente na vigência de imunodeficiência. Cerca de 5 a 10% dos pacientes com aids são acome- tidos por essa micose. A meningite causada pelo C ryptococcus , se não tratada a tempo, pode causar a morte. Diagnóstico - O diagnóstico é clínico e laboratorial e a confirmação é feita com a evidenciação do criptococo pelo uso de “tinta da China” (nankin), que torna visíveis formas encapsuladas e em gemulação em materiais clínicos. Essa técnica é a consagrada para o diagnóstico das 12

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