DOENÇAS INFECIOSAS E PARASITÁRIAS – GUIA DE BOLSO

Secretaria de Vigilância em Saúde / MS 127 meningites criptocócicas (exame do LCR). Pode-se isolar o criptococo, também, na urina ou no pus, emmeio de ágar-Sabouraud. A sorologia, no LCR e no soro, e a histopatologia podem ser úteis. A radiografia de tórax pode ajudar no diagnóstico, podendo ou não ser usada para con- firmar a doença, demonstrando danos pulmonares, revelando massa única ou nódulos múltiplos distintos. Diagnóstico diferencial - Toxoplasmose, tuberculose, meningoen- cefalites, sífilis, sarcoidose, histoplasmose e linfomas. Tratamento - A escolha da droga vai depender da forma clínica. Na Criptococose disseminada, o esquema terapêutico de primeira esco- lha é Anfotericina B, na dose de 1,0mg/kg/dose, IV, não ultrapassar 50mg/dia, durante 6 semanas, com todos os cuidados que envolvem o seu uso. Em caso de toxicidade à Anfotericina B, Desoxicolato, está indicado o uso da formulação lipídica, na dose de 3 a 5mg/kg/dia. O Fluconazol é também recomendado, na fase de consolidação, na dose de 200 a 400mg/dia, VO ou EV, por aproximadamente 6 semanas, ou associado à Anfotericina B, até a negativação das culturas. Nas formas exclusivamente pulmonares ou com sintomas leves, está indicado o uso do Fluconazol, na dose de 200mg/dia, por 6 meses a 12 meses, ou Itra- conazol, 200mg/dia, durante 6 a 12 meses. Características epidemiológicas - Doença cosmopolita, de ocor- rência esporádica. Geralmente, acomete adultos e é duas vezes mais frequente no gênero masculino. A infecção pode ocorrer em animais (gatos, cavalos, vacas). A suscetibilidade é geral, mas parece que a raça humana apresenta uma notável resistência. A suscetibilidade aumenta com o uso prolongado de corticosteróide, na vigência de aids, Hodgkin e sarcoidose. V IGILÂNCIA E PIDEMIOLÓGICA Objetivos - Diagnosticar e tratar adequadamente todos os casos, de- vendo atentar para o fato de que a Criptococose, geralmente, está as- sociada à imunossupressão, servindo de evento sentinela para a busca de sua associação com fatores imunossupressores (linfomas, leucemias, uso prolongado de corticosteróides, aids, transplantes e desnutrição severa). Notificação - Não é doença de notificação compulsória. A investiga- ção deve buscar sua associação à imunodeficiência, bem como implan- tar as medidas de controle disponíveis. C RIPTOCOCOSE

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