DOENÇAS INFECIOSAS E PARASITÁRIAS – GUIA DE BOLSO
Secretaria de Vigilância em Saúde / MS 152 Doença de Lyme CID 10: A69.2 A SPECTOS C LÍNICOS E E PIDEMIOLÓGICOS Descrição - Zoonose transmitida por carrapatos e causada por uma espiroqueta ( Borrelia burgdorferi ), caracterizada por pequena lesão cutânea, expansiva, única ou múltipla, do tipo mácula ou pápula de coloração avermelhada no local em que o carrapato sugou o sangue, denominada de eritema crônico migratório (EM). É um importante marcador clínico para a suspeita diagnóstica e alerta à vigilância epide- miológica. À medida que a área de rubor se expande até 15cm (limites de 3 a 68cm), a lesão assume característica anelar, quente e raramente dolorosa. Dias após o estabelecimento do EM, manifestações clínicas iniciais como mal-estar, febre, cefaleia, rigidez de nuca, mialgias, ar- tralgias migratórias e linfadenopatias muitas vezes estão presentes. Não é incomum esses sinais e sintomas durarem várias semanas, nos casos em que o tratamento não é instituído. Nessas situações, semanas ou meses após podem surgir manifestações neurológicas (15% dos ca- sos), tais como meningite asséptica, encefalite, coreia, neurite de pares cranianos (incluindo a paralisia facial bilateral), radiculoneurite mo- tora e sensorial. O padrão usual é a meningoencefalite flutuante, com paralisia de nervo craniano. Cerca de 8% dos pacientes desenvolvem comprometimento cardíaco com bloqueio atrioventricular, mioperi- cardite aguda e evidências de disfunção ventricular esquerda. Cerca de 60% dos pacientes, após semanas a 2 anos do início da doença, podem desenvolver artrite franca, em geral caracterizada por crises intermi- tentes de edema e dor articular assimétricos, em especial nas grandes articulações. Sinonímia - Borreliose de Lyme, meningopolineurite por carrapatos, artrite de Lyme, eritema migratório. Agente etiológico - Borrelia burgdorferi. Reservatório - Carrapatos do gênero Ixodes ( Ixodes scapularis, I. ri- cinus, I. pacificus ). Modo de transmissão - Pela picada das ninfas do carrapato, que fi- cam aderidas à pele do hospedeiro para sucção de sangue por 24 horas ou mais. Não ocorre transmissão inter-humana e é incomum a trans- missão materno-fetal. Período de incubação - Varia de 3 a 32 dias (em média, 7 a 14 dias) e vai desde a exposição ao carrapato-vetor até o aparecimento do 17
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