PRÊMIO DE RESIDÊNCIA MÉDICA

74 75 Prêmio de Residência Médica Prêmio de Residência Médica A MÉDICA PREMIADA Iniciei o curso de Medicina na Universidade Federal da Paraíba em 1997, realizando um sonho de infância: queria “cuidar” das pessoas. Mesmo sem ter cursado a disciplina de Geriatria na graduação (na minha época não fazia parte da grade curricular do curso de medicina da UFPB), durante o internato, decidi ser Geriatra. Em 2003, ingressei no Programa de Residência Médica em Clínica Médica do Hospital Universitário Lauro Wanderley da UFPB. Em 2005, fui aprovada no Programa de Residência Médica em Geriatria do Hospital Pedro Ernesto da UERJ, o qual obtive o Título de Especialista no início de 2007. Foram dois anos de muito estudo, dedicação, foco e disciplina. Dada à escassez de profissionais especializados na área do envelhecimento na Paraíba, ao final da residência, retornei à João Pessoa. Fui durante 3 anos chefe do Serviço de Geriatria do Hospital de Guarnição de João Pessoa da 7 Região Militar. Hoje, sou Geriatra do Centro de Atenção Integral à Saúde do Idoso do Município de João Pessoa e exerço também a profissão em Consultório Particular, com foco no Cuidado do Idoso Frágil, Síndromes Demenciais e Acompanhamento Preventivo. A Monografia de conclusão da Residência de Geriatria foi sobre Insônia em Idosos, problema comum, que afeta diretamente a saúde e a qualidade de vida dessa população. Teve como desafio aplicar pessoalmente um questionário de avaliação, diagnosticar de fato insônia nos pacientes e identificar os possíveis fatores de risco relacionados ao problema. Foram 6 meses dedicados ao desenho do trabalho, coleta ativa dos dados e avaliação dos resultados. O prêmio recebido de segundo melhor trabalho conferido pelo CREMERJ foi uma surpresa e uma alegria, vindo selar um fim de um ciclo das minhas atividades no RJ e o início de outro, na PB, oficialmente como Geriatra. Uma jornada profissional árdua, mas prazerosa, aprendendo e aperfeiçoando, a cada dia, a arte de “cuidar” das pessoas. Esta iniciativa do CREMERJ é muito importante para os programas de residência pois incentiva os alunos e preceptores. A formação em pesquisa é parte das competências para a formação de um especialista, e, qualifica o treinamento, o programa, a preceptoria e o serviço. DRA. RENATA MARIA BRITO MARCONDES CRM 52 77973-3 ARTIGO PREMIADO EM SEGUNDO LUGAR INSÔNIA: PREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO RELACIONADOS EM UMA POPULAÇÃO DE IDOSOS Hospital Universitário Pedro Ernesto RESIDENTE :Dra. Renata Maria Brito de Sá PRECEPTOR : Dra. Luciana Branco Motta DESCRITORES : INSÔNIA – IDOSOS – FATORES DE RISCO Insônia é um problema comum em todos os estágios da vida, mas é particularmente importante após os 65 anos de idade. É definida como uma dificuldade para iniciar o sono ou para se manter dormindo. Os distúrbios do sono nos idosos são comuns e multifatoriais. Vários fatores, incluindo idade avançada, influências psicossociais, doenças clínicas e psiquiátricas e uso de medicações podem estar associados com insônia. Apesar disso, os fatores de risco envolvidos no desenvolvimento de insônia não têm sido completamente identificados. O objetivo deste trabalho foi verificar a prevalência de insônia e dos fatores de risco relacionados a esta queixa nos idosos acolhidos no ambulatório de geriatria do NAI (núcleo de atenção aos idosos) da UERJ, em 2005, com 60 anos ou mais, de ambos os sexos. Eles foram divididos em dois grupos: pacientes com queixa de insônia (grupo 1) e pacientes sem queixa de insônia (grupo 2). Foram analisadas, nos dois grupos, as seguintes variáveis: sexo, idade, estado civil, diagnósticos pré-estabelecidos de acordo com a Classificação Internacional das Doenças (CID-10) e medicações de uso regular. Foram investigados os seguintes fatores de risco: depressão maior, demência, incontinência urinária, prostatismo, doença pulmonar obstrutiva crônica, insuficiência cardíaca, doença vascular periférica, úlceras gástrica ou duodenal, diabetes mellitus, hipertireoidismo, osteoartrose, osteoporose, dor crônica, doença do refluxo gástrico esofágico e obesidade. A associação da queixa de insônia com os fatores de risco foi realizada através do teste do Qui-quadrado (X2). Os pacientes do grupo 1foram entrevistados individualmente, para a avaliação do padrão e da qualidade do sono. Após a entrevista, receberam orientação sobre higiene do sono. Dos 116 participantes inseridos no NAI, 11 não participaram da pesquisa (2 óbitos e 9 sem comunicação), ficando nossa população com um total de 105 idosos. Destes, 72,38% (34 idosos). Entre os pacientes com insônia, 97,06% convivem com esse problema há mais de 6 meses (insônia crônica), 79,41% deles relatam insônia inicial e 64,71% intermediária e final. O tempo total de sono foi em média de 4,07 horas por noite. Mais da metade dos insones (61,76%) relataram cochilos diurnos, que duravam em média 0,8 horas. A queixa do cansaço diurno intenso atingiu cerca de 85% dos pacientes com insônia. Usam algum tipo de ansiolítico 55,88% e, entre os que não fazem uso deste tipo de medicação, 46,67% já usou em algum outro momento. Houve uma prevalência maior

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