PRÊMIO DE RESIDÊNCIA MÉDICA

56 57 Prêmio de Residência Médica Prêmio de Residência Médica é mais eficaz se iniciada na pré-adolescência e mantida até o nível médio.1 Em comunhão com esta visão, Dadoorian define que “é importante que as propostas de intervenção… priorizem igualmente o significado da gravidez e suas implicações subjetivas e culturais, para que sejam obtidos resultados mais eficazes.” 18 Associado às informações, o sistema de saúde deve ainda prover os métodos contraceptivos. Alguns estudos identificaram que centros de planejamento familiar que não prestam serviço especializado a adolescentes freqüentemente não recebem de modo adequado este público, por falta de preparo dos profissionais. 1 Uma vez grávida, a adolescente deverá receber informação sobre as alterações corporais e psico-sociais implicadas nesta fase, assim como preparo para o parto e cuidados com o recém- nascido, o que também ajudará a diminuir a ansiedade. Alguns estudos mostraram que a visita da assistente social traz benefícios na primeira semana após o parto, momento em que a mãe estará sendo recebida em seu núcleo familiar. Este acompanhamento mostrou-se efetivo inclusive em diminuir o índice de maus- tratos com a mãe e o bebê. 1 No primeiro mês pós-parto, a consulta de revisão será importante para a definição do método contraceptivo que será escolhido e, idealmente, deverá ser realizado atendimento que permita a adolescente refletir sobre que caminhos pretende seguir afetivamente e profissionalmente. Segundo Takiuti, “essa adolescente requer inclusão social, proteção da família e dos amigos e uma política pública que faça com que ela continue seus estudos” e ainda “se não for feita a inclusão social da adolescente que engravidou, ela vai engravidar pela segunda vez em piores condições que a primeira”.9 Dadoorian enfatiza ainda que “todas estas reflexões nos direcionam para a família. A partir dos relatos das adolescentes grávidas, fica claro o importante papel que a família deveria desempenhar na vida destas jovens.” 18 Por fim, cuidar da juventude é papel do Estado mas também de cada profissional de saúde e de cada cidadão. “A promoção da saúde dos adolescentes é um dos mais importantes investimentos de longo prazo que uma sociedade pode fazer.” 19 REFERÊNCIAS World Health Organization. Adolescent Pregnancy. Geneva, 2004. Indicadores sociais. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: <http://www.ibge.gov. br/IndicadoresSociais/Criancas_e_Adolescentes/1997/ Caracteristicas_Gerais/> Acesso em: 11 de maio de 2007. Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. http:// www.saude.rio.rj.gov.br/ações em saúde/ Saúde do adolescente. Acesso em 11 de maio de 2007. OSÓRIO, L. C. Adolescência hoje. Artes Médicas: Porto Alegre, 1992. Merchán-Hamann E. Grau de informação, atitudes e representações sobre o risco e a prevenção de AIDS em adolescentes pobres do Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saúde Pública. 1995: 11 (3) 463-78. Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia. Saúde da Adolescente – Manual de Orientação. 2001. Gama SGN, Szwarcwald CL, Leal MD, Theme Filha MM. Gravidez na adolescência como fator de risco para baixo peso ao nascer no Município do Rio de Janeiro. Cad Saúde Pública 2001: (35) 74-80. Amazzaray MR, Machado OS, de Oliveira, VZ, Gomes WB. A experiência de assumir a gestação na adolescência: um estudo fenomenológico. Psicol Reflex Crit. 1998; 11 (3). Takiuti AD. Da prevenção da segunda gravidez na população adolescente. IX Congresso Paulista de Osbtetrícia e Ginecologia, São Paulo, 2004. Paiva AS, Caldas MLCS, Cunha AA. Perfil psicossocial da gravidez na adolescência. In: Monteiro DLM, Cunha AA, Bastos AC. Gravidez na adolescência. Rio de Janeiro: Revinter; 1998. 7-30. Sabroza AR, Leal MC, de Souza PR, da Gama SGN. Algumas repercussões emocionais negativas da gravidez precoce em adolescentes do Município do Rio de Janeiro (1999-2001). Cad Saúde Pública 2004. 20 (1) Leite APL, Albuquerque RM. Sexualidade na adolescência: Conhecimentos, práticas e atitudes dos adolescentes estudantes de Maceió. Jor SOGIA-BR, 2004. ano5 1 9-11 Bee H. A arte em desenvolvimento (traduzido por Maria Adriana Veríssimo Veronese). Artes Médicas:Porto Alegre, 1996. Monteiro DLM, de Paiva AS, Fagim IG, Caldas MLCS. Gravidez na adolescência: desejo ou acidente? Rev SOGIA- BR, 2006. ano7 1 7-11 Dias APV, dos Santos DDG, Ferreira DC, Passos MRL, Arze WNC. Estudo comparativo: perfil dos adolescentes atendidos numa clínica de DST nos anos 1995 e 2003. Adolescência e Saúde, 2005. 2 (2) 15-23. Barreiros FA, Guazzelli CAF, Moron AF. Conhecimentos básicos de adolescentes escolarizados sobre métodos anticoncepcionais. Adolescência e Saúde, 2005 . 2 (1) 11-16. Maia Filho NL, Tedesco RP, Neder VM, Suzano CE, Pereira RT, Mathias L. Comparação entre os resultados obstétricos de adolescentes precoces e tardias após três décadas de prevenção. GO atual, 7 1-2 Dadoorian, D. A gravidez e o desejo na adolescência. Femina,2002. 30 (2) 133-4. World Heath Organization. Maternal Health and safe motherhood programme. World Heath Organization parthograph in management of labour. Lancet 1994.