PRÊMIO DE RESIDÊNCIA MÉDICA

88 Prêmio de Residência Médica Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foi então confeccionada uma ficha clínica individual para registro das informações. As variávies consideradas no estudo foram aquelas já citadas no item introdução. Aqueles que não apresentavam Eletrocardiograma (ECG) e exames laboratoriais (lipidograma, glicose, ácido úrico e gama-GT) recentes (últimos 6 meses) foram então submetidos a tais exames. Os critérios de seleção dos participantes para essa pesquisa foram: 1) estar em acompanhamento no serviço de cardiologia do HCAP, ou estar procurando este referido serviço pela primeira vez; 2) idade entre 18 e 90 anos; 3) capacidade aparente do indivíduo em compreender e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Dessa forma, foram incluídos sujeitos com e sem tratamento (ver primeiro item dos critérios de seleção). Como teste estatístico, foi usado o teste “t” de student, e o nível de significância alfa foi de 0,05. RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com os critérios já citados, foram inclusos 73 indivíduos na pesquisa. Foram então avaliados conhecidos fatores de risco cardiovascular, como: idade, diagnóstico prévio de HAS, DM e dislipidemia, tabagismo, etilismo, capacidade funcional, peso, altura, índice de massa corporal (IMC), medida da circunferência abdominal, pressão arterial durante consulta ambulatorial, dosagens séricas de glicose, ácido úrico, gama-GT, colesterol total, HDL colesterol, LDL colesterol, triglicerídeos, e avaliação de índices eletrocardiográficos preditores de hipertrofia ventricular esquerda (HVE). A análise das referidas variáveis mostrou uma elevada prevalência dos fatores de risco cardiovascular na população estudada: HAS (73,6%), DM (19,4%), dislipidemia (55,6%), história familiar coronariana(37,5%),tabagismo(26,4%),etilismo (48,6%), obesidade (25%) e baixa capacidade funcional (38,9%). Houve também importante correlação entre eles, evidenciada pela elevada prevalência da síndrome metabólica (42%). Nos indivíduos em tratamento regular, cerca de 30% dos hipertensos, 38% dos dislipidêmicos e 78% dos diabéticos apresentaram pressão arterial, índices lipêmicos e glicêmicos, respectivamente, dentro dos limites da normalidade. Em relação aos pacientes com síndrome metabólica, não houve alteração significativa, comparada à população estudada, quanto ao sucesso do tratamento para o controle da dislipidemia e do DM. O mesmo não foi observado com a pressão arterial, cujo controle foi obtido em apenas 17% dos pacientes com a síndrome metabólica. CONCLUSÃO Em sujeitos que fazem acompanhamento do ambulatório de cardiologia do HCAP há elevada prevalência de fatores de risco cardiovascular. O tratamento específico para DM, HAS e dislipidemia teve impacto na manutenção das respectivas variáveis dentro dos intervalos de normalidade, confirmando a sua contribuição no controle das mesmas. Porém, há ainda a necessidade de controle mais rígido desses fatores de risco, principalmente nos portadores da síndrome metabólica, onde houve maior dificuldade do controle da pressão arterial. Para melhores resultados podemos instituir um trabalho multidisciplinar, desde a educação, que deve ser iniciada no consultório e ampliada à cursos informativos, até a inclusão dos serviços de reabilitação, nutrição e psicologia.

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