DENGUE DIAGNÓSTICO E MANEJO CLÍNICO ADULTO E CRIANÇA

Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança Secretaria de Vigilância em Saúde / MS 56 ▶ Quando ocorrer o extravasamento plasmático na grávida com dengue, suas manifestações, tais como taquicardia, hipotensão postural e hemo- concentração, vão demorar mais tempo para aparecer ou, se aparecerem, podem ser confundidas com as alterações fisiológicas da gravidez. ▶ Atenção com a hiper-hidratação quando da reposição volêmica. A gestante deve estar sob estrita e contínua vigilância. A gestante que apresentar qualquer sinal de alarme ou de choque e que tiver indicação de reposição volêmica deverá receber volume igual àquele prescrito aos demais pacientes, de acordo com o estadiamento clínico. A realização de exames complementares deve seguir a mesma orientação para os demais pacientes. Os exames de raios-X podem ser realizados a critério clínico e não são contraindicados na gestação. A ultrassonografia abdominal pode auxiliar na avaliação de líquido livre na cavidade. As gestantes com indicação de internação deverão ter avaliação clínica idên- tica à dos demais pacientes. Atenção especial deve ser dada à avaliação obsté- trica, quanto ao bem estar materno e fetal. Deve-se ter cuidado com a possibi- lidade de ocorrer descolamento prematuro da placenta normoinserida e outras alterações que levem a sangramentos de origem obstétrica. ▶ Lembrar que o aumento do volume uterino, a partir da 20ª semana de gestação, leva à compressão da veia cava. Toda gestante, quando deitada, deve ficar em decúbito lateral, preferencialmente esquerdo. O diagnóstico diferencial de dengue na gestação, principalmente nos casos de dengue grave, deve incluir pré-eclampsia, síndrome HELLP e sepse, lem- brando que eles não só podem mimetizar seu quadro clínico, como podem também estar concomitantemente presentes. Na eventualidade de parada cardiorrespiratória durante a gravidez com mais de 20 semanas de idade gestacional, a reanimação cardiopulmonar (RCP) deve ser realizada com o deslocamento do útero para a esquerda, para descom- pressão da veia cava inferior. Considerar a realização de cesárea depois de 4 a 5 minutos de RCP, se não houver reversão da parada, com a finalidade principal de aliviar os efeitos da compressão do útero sobre a veia cava. De acordo com a viabilidade do feto, poderá haver também a possibilidade de sua sobrevida. O melhor tratamento para o feto é o adequado tratamento materno.

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