DENGUE DIAGNÓSTICO E MANEJO CLÍNICO ADULTO E CRIANÇA

Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança Secretaria de Vigilância em Saúde / MS 55 11.3 Gestação e dengue O comportamento fisiopatológico da dengue na gravidez é igual para pa- cientes gestantes e não gestantes. Com relação ao binômio materno-fetal, como ocorre transmissão vertical, há o risco de aborto no primeiro trimestre e de tra- balho de parto prematuro, quando adquirida no último trimestre. Existe tam- bém uma incidência maior de baixo peso ao nascer em mulheres que tiveram dengue durante a gravidez. Quanto mais próximo ao parto a paciente é infectada, maior é a chance do recém-nato apresentar ao nascer quadro de infecção por dengue. Com relação à mãe, pode ocorrer hemorragia tanto quando do abortamento quanto por ocasião do parto e do pós-parto, principalmente quando os mesmos ocorrem na vigência da infecção materna. Deve-se ficar especialmente atento a estes momentos. Como o sangramento pode ocorrer tanto no parto normal quanto no parto cesáreo, sendo que neste último as complicações são mais graves, a indicação da cesariana deve ser bastante criteriosa. Como o comportamento fisiopatológico é semelhante àquele visto nos de- mais pacientes, o tratamento da dengue é igual para todos os pacientes, ges- tantes ou não: o importante é o acompanhamento constante e a vigilância dos pacientes. O que muda com relação à dengue na grávida são a avaliação clínica inicial e o acompanhamento, devido às alterações fisiológicas da gravidez, que, apesar de não interferirem na doença, interferem nas suas manifestações. A gestação traz ao organismo materno algumas modificações fisiológicas que o adaptam ao ciclo gestacional. As modificações principais que devem ser lembradas e observadas, quando do acompanhamento da gestante com suspei- ta de dengue, são: • aumento do volume sanguíneo total em aproximadamente 40%; • aumento da frequência cardíaca – FC e do débito cardíaco – DC (DC = FC x Volume sistólico); • queda do hematócrito por hemodiluição, apesar do aumento do volume eritrocitário; • queda da resistência vascular periférica e da pressão sanguínea; • hipoproteinemia por albuminemia; • leucocitose (16 a 18.000 mm³) sem interferência na resposta a infecções; • aumento dos fatores de coagulação.

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