DENGUE DIAGNÓSTICO E MANEJO CLÍNICO ADULTO E CRIANÇA

Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança Secretaria de Vigilância em Saúde / MS 49 10 Classificação clínica de dengue da Organização Mundial da Saúde (OMS), 2009, e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), 2010 O Ministério da Saúde reuniu, em junho de 2010, uma equipe de técnicos, referência em dengue no país, para discutir a viabilidade de substituição do mé- todo de estadiamento clínico atualmente em uso pela proposta da Organização Mundial da Saúde e Pan-Americana da Saúde, que se baseia em três estágios. Os especialistas consideraram que o Manual de tratamento da dengue do Ministério da Saúde do Brasil traz um eficiente modelo de classificação de risco para a dengue, estadiando o paciente em quatro grupos, com sistematização da assistência, que independe da discussão de classificação final de caso. Esse conceito foi reforçado em publicação do grupo de estudos Denco (2009) onde os autores consideram que: “na prática clínica (em diferentes condições clínicas) o paciente primeiro é avaliado clinicamente e é tratado de acordo com estágio clí- nico, independente de classificação que pode ser feita posteriormente” . Ademais, cabe ainda destacar a inexistência de evidências científicas que suportem a hi- pótese de que a adoção do estadiamento em quatro estágios possa determinar um desfecho clínico desfavorável no manejo do paciente com dengue. O cenário atual brasileiro, com risco elevado de epidemias, associado à alta letalidade para casos graves, requer direcionamento de esforços prioritaria- mente para reverter este quadro. A solução para redução da letalidade parece não estar relacionada à qualidade do protocolo, e sim ao não seguimento das atuais diretrizes. No estudo de óbitos em dois municípios brasileiros, de Figueiró A et al. (2011), os autores concluem : “o que parece influenciar diretamente a ocorrência do óbito é o manejo clínico dos casos. Verificou-se que a assistência aos pacientes não alcançou o nível de adequação esperada em nenhum dos serviços avaliados e que as recomendações do Ministério da Saúde para o manejo dos casos de dengue não estão sendo seguidas”. Nessa mesma direção, a investigação de 94 óbitos, conduzida pelo Minis- tério da Saúde em 2010, revelou que aspectos relacionados à organização dos serviços, tais como baixa participação da atenção primária como porta pre- ferencial do sistema, a procura de atendimento em mais de duas unidades de

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