DIRETRIZES GERAIS PARA O EXERCÍCIO DA MEDICINA DO TRABALHO

26 DIRETRIZES GERAIS PARA O EXERCÍCIO DA MEDICINA DO TRABALHO do tipo caso-controle , parte-se da constatação em um grupo de indivíduos da ocorrên- cia de um determinado evento (casos) e compara-se com indivíduos semelhantes nos quais não é observado o evento (controles); procura-se determinar no passado, através dessa comparação quais fatores podem estar associados com a gênese do evento em estudo; d) estudos do tipo corte , ou seguimento, acompanha-se um grupo de indivíduos sadios, expostos e não-expostos a um fator em estudo e observa-se quem irá ou não desenvolver um determinado evento. Os estudos classificados como do tipo experimental tem como característica comum, produzir uma intervenção sobre indivíduos ou populações, para saber quais as conseqüências desta ação. A conclusão dos diferentes estudos epidemiológicos é expressa através de Taxas ou Razões, que demonstram força da associação entre causa e respectivo efeito. É importante que se compreenda a necessidade da incorporação do método epide- miológico no planejamento, desenvolvimento e avaliação de resultados dos progra- mas em medicina do trabalho. As comunidades de trabalho constituem-se em grupos especiais para a realização desses tipos de estudos, principalmente porque em geral, o trabalhador deverá pos- suir esta etapa de sua vida bem documentada através do tempo, em registros espe- cíficos. A partir da obrigatoriedade do PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), houve uma maior organização por parte dos serviços médicos de empresa e conseqüentemente, maior número de registros. Através dos exames médicos ocupacionais, é possível conhecer cada trabalhador, sua história patológica pregressa, realizar diagnósticos precoces de doenças e estabelecer relações causa/efeito entre exposição e aparecimento de sinais, sintomas ou doenças e a presença de um determinado vetor ou de vários. Assim, estes trabalhadores devem ser avaliados enquanto participantes de ummesmo grupo similar de exposição ao risco ou de um determinado local de trabalho (grupo homogêneo de exposição) por meio de estudos epidemiológicos, cujas mensurações básicas são: incidência, mortalidade e prevalência. O resultado é expresso utilizando- se taxas que têm três elementos essenciais; o número de casos de doença ou mortes ocorridos na população exposta no período de tempo determinado; o fator tempo determinado; e o grupo de população exposto ao risco de adoecer e morrer. Não se deve deixar de contextualizar os trabalhadores nas comunidades em que estão inseridos, sendo, portanto de fundamental importância conhecer os boletins epidemiológicos e acompanhar as doenças de caráter sazonal e as epidêmicas, para que se possa estabelecer barreiras, medidas de caráter preventivo e assistencial. Estas informações devem ser utilizadas para planejamento das ações de promoção e proteção da saúde.

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